Relator da cassação de Cunha vai para suplência do Conselho de Ética

No lugar de Marcos Rogério (RO), DEM indica Elmar Nascimento (BA), que deve ser escolhido presidente do colegiado

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Por Daiene Cardoso
Atualização:

BRASÍLIA - Considerado um dos membros mais experientes do Conselho de Ética da Câmara, o deputado Marcos Rogério (DEM-RO), relator do processo de cassação de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foi “escanteado” pelo partido na disputa para a presidência do colegiado. Rogério, que já estava em campanha informal por votos, foi indicado inicialmente pelo DEM para a vaga de titular, mas a sigla recuou e ele acabou ficando na suplência. O Conselho será instalado nesta terça-feira, 11.

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O titular do partido nos próximos dois anos na comissão será Elmar Nascimento (DEM-BA), que criticou o trabalho do grupo no processo de Cunha.

Às vésperas da divulgação da lista dos políticos delatados por ex-executivos da Odebrecht, deputados revelaram uma articulação para eleger à presidência do colegiado um parlamentar mais “chapa-branca”, mais velho e menos “midiático”.

Nos bastidores, deputados falam em “blindagem” do conselho. “Isso é blindagem, é um absurdo”, disse o deputado Júlio Delgado (PSB-MG).

Sandro Alex (PSD-PR) lamentou que Rogério esteja impedido de continuar como titular. “Ele é um componente importante no conselho. Me espantei com a saída dele”, disse. Como suplente, Rogério poderá relatar processos disciplinares, mas não poderá assumir posição de comando.

Nascimento deve ser escolhido nesta terça presidente do Conselho. Segundo relatos, o deputado teria sido procurado com uma “missão especial”: a candidatura. Há dúvidas se petistas e tucanos votarão nele. Ao marcar a sessão para esta terça, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), acelerou o trâmite de instalação para evitar que o nome de Nascimento sofresse desgaste.

O líder do DEM, Efraim Filho (PB), alegou que a bancada optou no colegiado pelo mesmo critério de rodízio da Comissão Mista de Orçamento (CMO). 

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Rogério, que está em missão oficial em Washington, afirmou que será “o melhor suplente que puder”. “Todos que forem para o conselho precisam ter consciência do seu papel em defesa da Casa e não de quem responde a acusações”, disse.

Nascimento nega que blindará os futuros investigados. “Minha bíblia são a Constituição e o Regimento”, afirmou.

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