PUBLICIDADE

Reeleição de Dilma vai provar inocência dos condenados, diz Cunha

Em Osasco, seu reduto eleitoral, João Paulo diz que o presidente do STF, ministro Joaquim Barbosa, é 'cruel'; ato de desagravo contou com cerca de 300 pessoas

Por Isadora Peron
Atualização:

Osasco - O deputado João Paulo Cunha (PT-SP) defendeu nesta quinta-feira, 15, que a reeleição da presidente Dilma Rousseff vai demonstrar a inocência dos petistas condenados no julgamento do mensalão. 'Para nós da ação penal 470, eu, José Dirceu, (José) Genoino e o companheiro Delúbio (Soares), é fundamental ganhar a eleição, porque isso vai demonstrar que toda essa armação em torno da nossa ação penal é política", disse, durante um ato organizado em seu apoio em Osasco, na Grande São Paulo. O evento foi usado para lançar na cidade, seu reduto eleitoral, uma revista na qual critica o julgamento do mensalão e reúne documentos que questionam o veredicto dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Em seu discurso, disse que o presidente do STF, Joaquim Barbosa, foi "cruel" ao sair de férias férias sem assinar o mandado de prisão, deixando todos a sua volta vivendo momentos de grande ansiedade. "O ministro Joaquim Barbosa é cruel. Ele acha que eu não tenho mãe, não tenho família?", disse.Apesar da iminência de ir preso, o petista tentou manter o bom humor e fez brincadeiras durante sua fala. Disse que Dirceu e Delúbio, que já cumprem pena em Brasília desde novembro, mandaram dicas do que ele precisava levar para o presídio da Papuda. "Eu não sei (o que levar). Nunca fui preso. Agora imagina ter que dividir a escova de dente com o Delúbio", disse, arrancando risos dos presentes. Ele também contou que os dois petistas mandaram avisar que ele não precisa trazer lençol, porque tem uma peça sobrando por lá. Condenado a 9 anos e 4 meses de prisão, João Paulo terminou o seu discurso dizendo estar preparado para ser preso e pediu para que as pessoas lhe enviem cartas escritas a mão para que ele possa ler na cadeia. Nesse momento, um grupo de mulheres da família de João Paulo começou a chorar. Ausências. O ato reuniu cerca de 300 pessoas em uma associação no centro de Osasco. As principais lideranças do PT, no entanto, não compareceram. No palco, ao lado de João Paulo, estavam alguns poucos deputados petistas, como Carlos Zarattini, Devanir Ribeiro e José Mentor, além de prefeitos e vereadores da região.A falta de nomes expressivos da sigla causou certo desconforto. Um militante disse que "solidariedade de gabinete" não é suficiente e que o apoio aos petistas condenados precisa ser demonstrado nas ruas. A cúpula da sigla tem evitado comentar o assunto e a participar de atos como esse, para evitar que o assunto seja explorado nas eleições deste ano.Mesmo assim, Zarattini defendeu os correligionários e disse que ia lutar no Congresso para que João Paulo não perdesse o mandato de deputado e para que os petistas presos passassem o menor tempo possível na cadeia. Filhos. Uma das filhas de Dirceu também participou do evento. Joana ficou no palco ao lado de outros petistas e defendeu que a luta, agora, precisa ser feita do lado de fora da prisão. Os filhos de Genoino, Miruna e Ronan, enviaram uma mensagem de vídeo em solidariedade a João Paulo. "Não tenho dúvida do seu caráter", disse Ronan.

 

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.