Reajustes são necessários para crescimento econômico, defende Rossetto

Ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência rebate acusações de que governo promoveu 'tarifaço' e diz que mudanças vão preservar programas sociais

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Por Rafael Moraes Moura
Atualização:

Brasília - Em meio a acusações da oposição de que o governo cometeu "estelionato eleitoral" e promoveu um "tarifaço" depois da reeleição da presidente Dilma Rousseff, o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Miguel Rossetto, disse em entrevista ao Broadcast Político, serviço em tempo real da Agência Estado que o reajuste nas tarifas de gasolina e de energia elétrica foram "necessários" e integram um conjunto de medidas que colocarão o Brasil numa rota de crescimento econômico nos próximos quatro anos.

Ex-presidente da Petrobrás Biocombustível, subsidiária da Petrobrás voltada para a produção de biocombustíveis, Rossetto se tornou um dos ministros mais atuantes na "batalha da comunicação" convocada pela presidente Dilma Rousseff.

O ministro do Trabalhoe Previdência Social, Miguel Rossetto (PT-RS) Foto: Ed Ferreira/Estadão - 06.01.2015

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À frente da Secretaria-Geral, o ministro tem sido responsável pela articulação do governo com movimentos sociais - uma de suas atribuições tem sido reduzir as resistências de centrais sindicais às alterações nas regras para a concessão de abono salarial, seguro-desemprego, pensão por morte e auxílio-doença, anunciadas pelo governo em dezembro. Uma nova reunião com as centrais está marcada para esta quinta-feira, 12, em Brasília.

"O PT é um partido que tem muita experiência de governo, governamos o País há 12 anos, sabemos tomar as medidas necessárias. Muitas vezes tomamos medidas que são necessárias e não agradáveis em um primeiro momento, mas que permitiram as grandes mudanças sociais do nosso País", disse Rossetto.

"Esses ajustes são necessários e fazem parte da estratégia de crescimento econômico com geração de emprego e renda ainda em 2015, que se consolida nos próximos quatro anos de governo", afirmou o ministro.

Na opinião de Rossetto, o reajuste das tarifas de gasolina e de energia elétrica irão garantir a implantação de programas sociais no segundo mandato da presidente Dilma Rousseff. "Esses programas são intocáveis, como dissemos na campanha", ressaltou.

Segundo a última pesquisa Datafolha divulgada no sábado, 7, a popularidade da presidente Dilma despencou, atingindo a pior marca de um presidente da República desde Fernando Henrique Cardoso, em 1999. A avaliação doDilma caiu de 42% de ótimo/bom em dezembro para 23%, segundo o levantamento. Por outro lado, 44% dos entrevistados disseram que o governo dela é ruim ou péssimo - em dezembro, eram 23%.

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O tamanho da queda da popularidade surpreendeu até os auxiliares palacianos mais pessimistas e reforçou a sucessão de notícias negativas que batem à porta do Palácio do Planalto, já atingido pelo escândalo de corrupção na Petrobrás, o desgaste com o ajuste fiscal e a crise energética.

Articulação. Apesar da derrota retumbante do governo ao tentar emplacar o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) na presidência da Câmara dos Deputados, Rossetto conta com um trabalho conjunto da base aliada na aprovação de projetos de interesse do País. Integrantes do governo vão intensificar nesta semana uma repactuação com o PMDB após a vitória em turno único de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para a presidência da Casa. "O PMDB não é base do governo, o PMDB é governo", destacou Rossetto.

Sobre as críticas internas do próprio PT e a insatisfação com o desenho da nova equipe de Dilma - que afastou a influência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da corrente majoritária do PT, Construindo um novo Brasil -, o ministro apresenta um cenário otimista. "Há um grande apoio do PT ao governo, a todas as medidas", disse. "O PT está junto e ao lado da presidente e do governo, assumindo integralmente sua responsabilidade."

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