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Reação nas redes sociais é trunfo dos contrários a Temer

Tucanos favoráveis ao rompimento vão usar repercussão negativa de absolvição no TSE para forçar saída do governo

Foto do author Gilberto Amendola
Foto do author Pedro  Venceslau
Por Gilberto Amendola e Pedro Venceslau
Atualização:

As reação nas redes sociais à decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de absolver a chapa Dilma Rousseff-Michel Temer virou um novo argumento para tucanos que defendem a ruptura com o governo. Esse é o caso do deputado federal Otávio Leite (PSDB-RJ). “A frustração da sociedade diante da decisão do TSE precisa ser considerada. É preciso lembrar que um partido necessita, cada vez mais, estar próximo do espírito e valores do povo que representa.” 

Reação nas redes à decisão do TSE virou um novo argumento para tucanos que defendem a ruptura com o governo Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino

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Para o sócio da Bites (empresa de análise de dados), Manuel Fernandes, a reação das redes sociais foi de “aplausos ao ministro Herman Benjamin” e de “condenação” ao ministro Gilmar Mendes. “Isso mostrou um posicionamento claro em relação ao lado da maioria dos usuários de redes sociais”, disse.

O deputado federal Carlos Sampaio (PSDB-SP) não acredita. “Acho que a repercussão do resultado do julgamento do TSE apenas vai reforçar as posições já tomadas. Não muda a minha, que acho que devemos deixar os ministérios.”

Questionado sobre a pressão das redes sociais, o prefeito João Doria, que tem quase 3 milhões de seguidores no Facebook, disse: “Vamos ver a medida disso amanhã (segunda). Estou indo para Brasília com o governador Geraldo Alckmin para participar de debates sobre a questão. É melhor a gente esperar a reunião e saber em que medida a repercussão impactou ou não”. O prefeito não tocou no assunto em suas contas de Twitter ou Facebook.

Para Fernandes, em tese, a reação virtual ao TSE pode influenciar. “A pressão exercida pelas redes pode ser muito efetiva. Deputados e senadores estão muito expostos a esse tipo de reação do eleitorado. Eles não estavam acostumados a essa relação mais direta. Em alguns casos, a reação das redes pode surtir efeito, sim.”

‘Cabeças pretas’

A defesa mais enfática pelo rompimento com Temer será feita hoje pelos “cabeças pretas”, os tucanos mais novos. O grupo, formado sobretudo por deputados, é o que mais pressiona pelo desembarque. Eles temem que a impopularidade de Temer contamine o PSDB nas eleições de 2018.

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Praticamente todos os diretórios estaduais fizeram plenárias acaloradas e alguns, como São Paulo, Rio e Rio Grande do Sul, se rebelaram formalmente. “A maioria da base em São Paulo apoia o rompimento total da relação com o governo Temer. Vou para Brasília dizer isso. Defenderei a tese de São Paulo, que é pela saída total”, disse o deputado estadual Pedro Tobias, presidente do PSDB paulista.