Reação de Renan contra medida não reflete posição do PMDB, diz ministro do partido

Eduardo Braga (Minas e Energia) atribui decisão de devolver Medida Provisória a ato individual do presidente do Senado e afirma que sigla defende aprovação da proposta

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Por Anne Warth
Atualização:

Brasília - O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, disse na manhã desta quarta-feira, 4, que a devolução da Medida Provisória (MP) 669, que reduz o benefício fiscal de desoneração da folha de pagamentos, foi uma atitude do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), mas não representa a posição de todo o PMDB.

"O PMDB tem uma relação de aliança com o PT e a presidente Dilma e participa do governo, tem uma relação absolutamente institucionalizada. Agora, o que aconteceu ontem não foi o PMDB, foi o presidente do Senado, Renan Calheiros, que em nome do Senado da República, devolveu uma MP que reputamos importante, porque nós estamos vivendo ajustes importantes na macroeconomia brasileira e diante de novos cenários", afirmou Braga, também filiado ao partido, ao chegar para audiência na Câmara dos Deputados.

O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga. Foto: Ed Ferreira/Estadão

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Em crise com o Planalto após não ver interesses atendidos, como a manutenção de um indicado no comando da Transpetro e a falta de apoio financeiro ao governo de Alagoas, governado por seu filho, Renan Filho, Renan mais uma vez entrou em choque com o governo nessa terça. A retaliação ao governo também ocorre no momento em que Renan foi avisado de que seu nome está entre os futuros investigados da Operação Lava Jato.

A decisão do senador contou com aplausos de representantes da oposição no plenário do Senado.

Encaminhada ao Congresso na sexta-feira, a MP integra as medidas tomadas pelo governo na tentativa de equilibrar as contas da União num cenário de declínio na área econômica.

A capacidade de Dilma de negociar o pacote fiscal será fundamental para garantir a sustentabilidade das correções de rumo na economia adotadas pela equipe econômica para 2015 e 2016. Além da economia de gastos em 2015, o aumento das alíquotas para os setores desonerados tinha a missão também de barrar o crescimento do custo dessa desoneração, que vinha em tendência alarmante de alta, na avaliação do Ministério da Fazenda. Nesta terça, a presidente vai se reunir com lideranças dos partidos da base aliada na tentativa de buscar apoio em torno das medidas.

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