'Qualquer influência externa no PSDB será repudiada', diz Goldman

Questionado sobre possibilidade de Alckmin liderar os tucanos, o presidente interino disse defender candidato com 'papel de unificação'

Por Renan Truffi
Atualização:
O ex-governador de São Paulo Alberto Goldman. Foto: Estadão Conteúdo

BRASÍLIA - Novo presidente interino do PSDB, o ex-governador Alberto Goldman (SP) disse nessa quinta-feira, 8, que não vai permitir qualquer interferência no comando do partido, tanto por parte do governo Michel Temer como por parte do próprio senador Aécio Neves (PSDB-MG), que continua como presidente licenciado da sigla. Goldman assumiu o comando da sigla na tarde dessa quinta, após Aécio destituir Tasso Jereissati.

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"Eu repudiaria interferências externas em elementos internos. Então, qualquer influência externa na vida do partido será repudiada", rebateu ao ser questionado sobre a possibilidade do Palácio do Planalto tentar interferir na disputa entre o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) e o governador de Goias, Marconi Perillo (PSDB-GO), pelo comando do partido.

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Segundo Goldman, o mesmo valerá para possíveis interferências do próprio senador Aécio Neves, em prol de um dos candidatos. "Ele [Aécio Neves] me conhece. Se ele me colocou aqui, sabe que não haverá interferência [dele] no partido. Comigo aqui, não", afirmou.

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Apesar disso, Goldman negou ter ouvido de Aécio qualquer tipo de relato sobre pressões externas para que Tasso Jereissati deixasse o comando da sigla. "Ele quer que minha posição seja a de garantir a isonomia", explicou. Para tentar conter os ânimos, diante da forma como a saída de Tasso Jereissati foi anunciada, o ex-governador de São Paulo contou que vai tentar reunir Perillo e Tasso para uma conversa nos próximos dias.

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"Eu vou trabalhar para que haja um processo de convergência no PSDB, para que haja convergência entre os dois, Perillo e Jereissati. Qualquer conflito interno não ajuda. Importante seria o partido ter unidade. Isso faltou ao PSDB nos últimos tempos", disse. "O PSDB desunido não vai ajudar o País. Primeira coisa é fazer as pessoas conversarem. 90% é conversando e 10% é na disputa, o que é democrático. Vou procurar o entendimento", complementou.

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Apesar do discurso pela convergência, Goldman criticou a postura do PSDB nos últimos debates relevantes para o País. "No que depender de mim, teremos posição sobre questões importantes para o País. O povo brasileiro está pensando nos seus problemas, é nisso que temos que pensar como partido", defendeu antes de citar a reforma da Previdência como exemplo. "O PSDB tem que dizer o que pensa [sobre a Previdência]".

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Goldman evitou falar sobre um possível desembarque do PSDB da base do governo Michel Temer, algo amplamente defendido pelo seu antecessor, o senador Tasso Jereissati. "Em junho, o PSDB teve a decisão de continuar no governo. Até decisão contrária, que pode acontecer a qualquer momento, PSDB continua no governo. No quadro que estamos, o melhor é conduzir o partido a uma posição de convergência", repetiu.

O novo presidente interino tucano reforçou ainda que seria bom encontrar um candidato com "papel de unificação". A resposta foi elaborada após ser questionado sobre as chances de o atual governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB-SP), querer disputar o pleito, já que é o nome mais forte do partido para as eleições presidenciais de 2018. "Se conseguirmos encontrar uma pessoa para o papel de unificação, é bom", explicou. 

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