PT pede investigação de pagamento do governo a empresa de blogueiro anti-Dilma

Propeg, contratada pelo governo Geraldo Alckmin, pagou R$ 1,47 mi a Appendix, que tem como sócio o blogueiro Fernando Gouveia, responsável por publicações contra a presidente

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Por Ricardo Galhardo
Atualização:

SÃO PAULO - O diretório estadual do PT de São Paulo anunciou nesta sexta-feira que vai pedir ao Ministério Público Estadual investigação sobre o pagamento de R$ 1,47 milhão pela Propeg, empresa contratada pelo governo Geraldo Alckmin (PSDB), à Appendix, que tem como sócio o blogueiro Fernando Gouveia, responsável por publicações contra a presidente Dilma Rousseff e o PT sob o codinome Gravataí Merengue.

"Os fatos envolvendo a subcontratação e o desrespeito ao objetivo do contrato original apontam indícios de desvios de recursos públicos que podem, em tese, tipificar crime contra a administração pública e ato de improbidade administrativa", diz a nota assinada pelo presidente estadual do PT, Emídio de Souza. 

Na quarta-feira Alckmin saiu em defesa do contrato dizendo que a Appendix "presta bons serviços" à Secretaria de Cultura Foto: Felipe Rau/Estadão

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Além disso, a bancada do PT na Assembleia Legislativa de São Paulo protocolou um requerimento pedindo que a casa cobre esclarecimentos do governo de São Paulo.

Gouveia é o responsável pelo blog O Implicante e sócio da Appendix, subcontratada pela Propeg para prestar serviços de comunicação digital à Secretaria Estadual de Cultura por R$ 70 mil por mês entre junho de 2013 e março deste ano. Para o PT, trata-se de uma triangulação entre governo, Propeg e Appendix cujo objetivo é financiar a propagação de conteúdo antipetista.

Em seu perfil no Facebook Gouveia nega a triangulação, afirma que os serviços prestados pela Appendix foram efetivamente realizados e que a publicação de suas opiniões pessoais em O Implicante não tem relação com suas atividades profissionais. 

Na quarta-feira Alckmin saiu em defesa do contrato dizendo que a Appendix "presta bons serviços" à Secretaria de Cultura. 

O caso foi revelado pelo jornal Folha de S. Paulo, segundo o qual relatórios internos do governo mostram que a Appendix prestava serviços diretamente à Secretaria de Cultura.

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