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PT escolhe novo tesoureiro e veta doação de empresas

Ex-deputado de Sergipe é escolhido após ameaça de renúncia de dirigente; partido vai tentar compensar perdas com doações online

Por Ricardo Galhardo , José Roberto Castro e Ana Fernandes
Atualização:

São Paulo - (atualizado às 21h43) O diretório nacional do PT aprovou nesta sexta-feira, 17, o nome do ex-deputado e ex-secretário do Meio Ambiente de Sergipe Marcio Macedo para substituir João Vaccari Neto, preso na quarta-feira pela Operação Lava Jato, na tesouraria do partido. A sigla também aprovou resolução para proibir diretórios da legenda de receberem doações de empresas.

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Macedo foi indicado ao lugar de Vaccari pelo presidente nacional do PT, Rui Falcão, que ameaçou renunciar ao cargo caso a corrente majoritária, Construindo um Novo Brasil (CNB), insistisse em um nome que não fosse de sua plena confiança. “Era necessário que o tesoureiro escolhido, até por compartilhar todas responsabilidades comigo, tivesse sintonia”, disse.

O presidente do PT indicou inicialmente o deputado estadual José Américo (SP), que faz parte do seu grupo político, o Novo Rumo, mas a CNB vetou o nome e indicou João Batista, dirigente do PT do Pará. Depois de tentar vários outros nomes, todos recusados pela CNB, Falcão indicou Macedo, que também foi vetado. A corrente majoritária só aceitou o nome após a ameaça de renúncia. “Ele aceitou encarar uma tarefa espinhosa”, admitiu Falcão.

Divisão. A decisão de abrir mão das doações privadas também divide o PT. Um setor da CNB próximo ao ex-ministro da Casa Civil José Dirceu é contra. Para que o texto fosse aprovado, foi firmado um acordo pelo qual caberá ao 5.º Congresso Nacional do PT, em junho, poder para regulamentar e referendar a decisão. Empresas privadas foram responsáveis por 71% das receitas do PT entre 2009 e 2012. Falcão não explicou como o partido vai pagar dívidas como os R$ 30 milhões deixados pela campanha de Alexandre Padilha ao governo de São Paulo.

Conforme o Estado adiantou, o PT vai tornar disponível a partir de 1º de maio uma ferramenta na internet que permite a qualquer pessoa doar de R$ 15 e R$ 1 mil ao partido. O lançamento será acompanhado de uma campanha na web e nas redes sociais.

Na resolução aprovada ontem, o PT declarou apoio ao governo Dilma Rousseff diante da ameaça “golpista” dos grupos e partidos que pedem o impeachment. Mas a sigla criticou de forma indireta o ajuste econômico proposto pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, ao orientar as bancadas na Câmara e no Senado a “aprimorar” o pacote. Além disso, o PT defende que Dilma vete o PL 4330, que amplia a terceirização de mão de obra, se for aprovado pelo Senado.

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