PT começa a entregar cargos na Prefeitura do Rio após rompimento com PMDB

Secretário de Desenvolvimento é o primeiro a deixar a gestão de Eduardo Paes após peemedebistas fluminenses votarem a favor do impeachment de Dilma

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Por Alfredo Mergulhão
Atualização:

RIO - O secretário municipal de Desenvolvimento Econômico Solidário, Fabiano Horta (PT-RJ), entregou o cargo na manhã desta terça-feira, 19, ao prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB-RJ). Horta é o primeiro petista a deixar a gestão municipal após o rompimento entre as duas legendas. Na segunda-feira, 18, o presidente estadual do PT, Washington Quaquá, prefeito de Maricá, município da Região Metropolitana, anunciou o fim da aliança no Estado do Rio. A decisão foi tomada na véspera, motivada pelo voto do deputado Pedro Paulo Carvalho (PMDB-RJ) a favor do prosseguimento do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT).

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Por meio da assessoria da secretaria, Horta informou que teve uma breve conversa com Paes. Na ocasião, explicou que a permanência na prefeitura tornou-se inviável na atual conjuntura política. Deputado federal licenciado, Horta assumiu a pasta na gestão municipal em maio passado para dar lugar a Wadih Damous (PT-RJ), primeiro suplente na Câmara dos Deputados. Ele é ligado a Quaquá e pré-candidato à sucessão em Maricá.

O vice-prefeito do Rio e secretário de Assistência Social, Adilson Pires (PT), informou que aguardará a decisão do diretório estadual, em reunião marcada para a próxima terça-feira, 26. Até lá, Pires anunciou que não deixará o cargo. Pierre Batista, titular da Secretaria Saneamento e Recursos Hídricos, não se manifestou.

"A decisão política foi tomada após a traição. Só falta agora a formalização na reunião do diretório estadual, semana que vem. Seremos oposição, assim como na Assembleia Legislativa em relação ao governador Luiz Fernando Pezão", disse Quaquá. O PT tinha definido apoio ao pré-candidato peemedebista à Prefeitura do Rio, Pedro Paulo Carvalho. Agora, o partido pretende apoiar a candidatura da deputada federal Jandira Feghali (PC do B-RJ).

O deputado estadual licenciado e ex-presidente da Assembleia, Paulo Melo (PMDB-RJ), afirmou que que o PT não tem legitimidade para fazer cobranças, pois o partido teve uma "relação de ingratidão" com o PMDB quando lançou o senador Lindbergh Farias ao governo estadual nas últimas eleições, enfrentando o peemedebista Pezão.

"Particularmente, acredito que o PT hoje não seja uma boa companhia. O tempo de televisão era a única coisa de útil nessa aliança, mas ninguém vai deixar de ganhar a eleição por uns minutos a menos", disse.