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PSOL vai às ruas em campanha para cassar Renan e Argello

Partido presidido pela ex-senadora Heloísa Helena faz abaixo-assinado em Brasília

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Por Redação
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Heloísa Helena, presidente do PSOL realizou nesta quinta-feira, 2, campanha de abaixo assinado nas Ruas de Ceilândia, cidade satélite de Brasília, contra a corrupção e pela cassação do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e do senador Gim Argello (PTB-DF), suplente de Joaquim Roriz.   Veja também:   Cronologia do caso Renan Veja os 30 quesitos para a perícia Mônica Veloso negocia com a 'Playboy' para posar nua Na volta do recesso, Renan diz que provará sua inocência   Fugindo de uma possível cassação, Roriz renunciou sob a acusação de participar de esquema de desvio de dinheiro do Banco de Brasília (BRB) e há acusações de que Argello estaria envolvido no mesmo esquema. Já Renan é acusado de ter despesas pessoais pagas por um lobista e responde a processo no Conselho de Ética no Senado.   Na última quarta-feira, o PSOL entrou com nova representação no conselho para que se investigue a denúncia de que Renan teria favorecido a Schincariol, depois que a empresa comprou por R$ 27 milhões uma fábrica de refrigerante do irmão dele, deputado Olavo Calheiros (PMDB-AL).   Nesta nova representação contra Renan, o PSOL lembra que a compra do estabelecimento industrial que estava prestes a fechar as portas - segundo reportagem da revista Veja - coincidiu com visitas que o presidente do Congresso teria feito à cúpula do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e da Receita Federal para tratar de questões de sonegação da cervejaria.   Pelo mesmo motivo, o partido deu entrada na Câmara a uma representação contra Olavo Calheiros e o deputado Paulo Magalhães (DEM-BA), este pela suspeita de favorecer a empreiteira Gautama em processos relacionados à licitação. Irregularidades descobertas pela Polícia Federal na Operação Navalha.   Em nota, Renan afirma que se sente impedido de tratar da ação, após ter entregue ao primeiro vice-presidente do Senado, Tião Viana (PT-AC), a competência para tratar de matérias de que é alvo. Mas acrescenta: "A representação ora encaminhada à Mesas Diretora mostra, uma vez mais, o caráter eleitoral deste episódio como uma disputa política de Alagoas."   Resposta da Schincariol   Heloísa Helena, cuja base eleitoral é no mesmo Estado de Renan, nega que a iniciativa tenha ligação com assuntos eleitoreiros. "Estamos cumprindo a nossa obrigação, obrigação de todo pai e de toda mãe de ensinar aos filhos que eles não podem roubar", rebateu. Heloísa não quis se manifestar sobre o encaminhamento que Câmara e Senado darão às denúncias. "Não podemos adivinhar o que vai acontecer no Congresso, mas esperamos que as Casas não se desmoralizem ainda mais, instalem as investigações e vão até o fim."   Tião Viana disse que convocará os colegas da Mesa Diretora para examinar a representação logo que esta lhe for entregue. Segundo ele, a maioria dos senadores da Mesa é que decidirá se o processo deve ou não ser encaminhado ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Casa.   A Schincariol divulgou um comunicado rebatendo as informações de que teria se beneficiado por medidas patrocinadas pelos irmãos Calheiros. A empresa alega que a compra do estabelecimento faz parte do "plano de expansão acelerada" na Região Nordeste e que, dos R$ 27 milhões, foram deduzidas dívidas da unidade e do proprietário dela. "O valor total desembolsado foi de R$ 17,7 milhões, sendo 20% na data da assinatura do contrato, 72% em 36 parcelas e os restantes 8% 30 dias após o final dessas parcelas", afirma o comunicado.   No retorno ao Senado, Renan disse confiar que a perícia da Polícia Federal (PF) nos documentos sobre o gado que disse ter vendido nos últimos quatro anos demonstrará a inocência dele. "O que eu quero é que a verdade venha à tona", afirmou. "Estou absolutamente tranqüilo e com a certeza de que vamos ter provas contra essas maledicências que estão dizendo contra mim."   O senador Renato Casagrande (PSB-ES), um dos relatores do processo contra Renan no Conselho de Ética, informou que os peritos receberam "mais de 90" dos documentos necessários para responder às 30 indagações feitas pelo colegiado. Entre as que faltam, Casagrande citou as datas de pagamentos que Renan teria feito à jornalista Mônica Veloso, com quem tem uma filha de 3 anos. (Colaborou Rosa Costa, do Estadão)

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