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PSDB pede inclusão de provas da Operação Acarajé em ação no TSE contra Dilma

'A gravidade do fato de o marqueteiro João Santana ser preso está no fato de que tráz a campanha da Dilma para dentro da Lava Jato', disse o deputado federal Carlos Sampaio (SP), coordenador jurídico do partido

Por Erich Decat
Atualização:
João Santana e sua mulher desembarcaram no Brasil Foto: Felipe Rau/Estadão

Brasília - Em manifestação protocolada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nesta terça-feira, o PSDB pede que seja acrescentada no processo em que a legenda pede a cassação do mandato da presidente Dilma Rousseff e do vice Michel Temer o compartilhamento das provas da 23ª fase da Operação da Lava Jato, batizada de Acarajé.   Nas investigações, a força-tarefa da Operação Lava Jato cruzou documentos enviados dos Estados Unidos com provas reunidas em fases anteriores e números da Receita Federal para comprovar que o marqueteiro João Santana - responsável pelas campanhas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2006, e da presidente Dilma Roussef, 2010 e 2014 - e sua mulher e sócia, Mônica Moura, são controladores da offshore Shellbill Finance S.A., aberta no Panamá.   Contas dessa empresa receberam pelo menos US$ 7,5 milhões, entre 2012 e 2014, da Odebrecht e do operador de propinas Zwi Skornicki, sustenta representação da Operação Acarajé, deflagrada nesta segunda-feira, 22.    "Nós já temos um conjunto de provas extremamente fortes. A gravidade do fato de o marqueteiro João Santana ser preso está no fato de que tráz a campanha da Dilma para dentro da Lava Jato", disse o deputado federal Carlos Sampaio (SP), vice-presidente nacional do PSDB e coordenador jurídico do partido.   No documento encaminhado ao TSE, o PSDB também pede que feito o depoimento do empresário Zwi Skornicki.    "De grande importância igualmente se faz, além de outras provas da investigação que se relacionem com a campanha eleitoral, a oitiva, como testemunha, de Zwi Skornicki, apontado como o responsável pelas remessas de valores irregulares para abastecer as contas mantidas em favor do marqueteiro João Santana no exterior", diz trecho da manifestação do PSDB.

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Com 42 anos de atuação na área de petróleo e gás, Skornicki ele foi diretor superintendente da Odebrecht Perfuração Limitada e sócio de Alfeu Valença, ex-presidente da Petrobrás, durante sete anos, na consultoria Conpet. Desde 1988, possui a Eagle do Brasil, em sociedade com a mulher, Eloisa, e o filho Bruno. A empresa funciona em um prédio comercial na Rua da Quitanda, no centro do Rio.

O endereço é o mesmo da Keppel Fels, estaleiro que Skornicki representa no Brasil. De acordo com a força-tarefa da Lava Jato com base em relatório da Receita Federal, o patrimônio de Skornicki aumentou 35 vezes entre 2003 e 2013. De R$ 1,8 milhão, passou para R$ 63,2 milhões nesse intervalo.