PSB vai fechar questão por eleições diretas

Partido deve pedir renúncia imediata do presidente Michel Temer

Por Isabela Bonfim
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O secretário-geral do partido, Renato Casagrande Foto: Celso Junior/AE

 BRASÍLIA - O PSB vai publicar em breve uma nota em que determina fechamento de questão pela PEC de eleições diretas. A informação foi confirmada pelo presidente do partido, Carlos Siqueira, durante reunião da comissão executiva nacional da legenda em Brasília. Além disso, o partido vai tomar outras ações contrárias a Michel Temer, confirmando o desembarque definitivo do governo. "Nunca fomos governo, porque nunca aceitamos indicar cargos. Mas tomamos posicionamentos de oposição ao presidente. Primeiro, sugerimos que ele renuncie o mais rapidamente possível. Somos a favor do impeachment e já assinei uma das peças de pedido de afastamento do presidente. Por fim, já fechamos questão por eleições diretas", afirmou.O PSB tem o cargo de ministro de Minas e Energia, que é ocupado pelo deputado licenciado Fernando Coelho Filho. Porém, o presidente da legenda e outros integrantes do partido afirmam que assumir o cargo foi uma decisão pessoal do deputado e não interfere no posicionamento do partido. O PSB possui 35 deputados e 7 senadores na atual legislatura.Siqueira explicou que o PSB espera que as soluções pós-afastamento de Michel Temer estejam "estritamente dentro da Constituição", que prevê eleições indiretas para presidente. Entretanto, o partido vai votar - e fechar questão - pela Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que permite a realização de eleições diretas.O presidente do PSB confirmou as informações que já haviam sido passadas pelo secretário-geral do partido, Renato Casagrande (ES) e pelo deputado Júlio Delgado (MG). "O partido vai caminhar para a oposição completa ao governo", afirmou Delgado. O deputado confirmou que além da renúncia e pedido de impeachment de Temer, o partido vai pressionar por celeridade no julgamento de cassação da chapa Dilma-Temer no TSE. "Não podemos esperar até 6 de Junho", avalia. Além desses, a reunião da comissão executiva conta com a presença dos senadores Lídice da Mata (BA) e João Capiberibe (AP), do governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, entre outros. Entrega de cargos. De acordo com o presidente do PSDB, Carlos Siqueira, a situação do ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, ainda será definida pela comissão executiva. Os integrantes ainda não entraram em acordo se devem escrever explicitamente na nota que o partido abandonará os cargos.Para o deputado Júlio Delgado, a manutenção de cargos fica insustentável. "Talvez ele seja até implicado a pedir licença do partido para continuar exercendo o cargo. Não foi resolvido, mas a posição do partido é clara. Se ele quiser ficar no navio, tocando o violino do Titanic, essa é uma opção dele", afirmou Delgado.O senador Fernando Bezerra Coelho, pai do ministro de Minas e Energia, não chegou à reunião da executiva até o momento, apesar de integrar o grupo. O senador tem mantido apoio ao presidente Michel Temer. Em entrevista ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, Bezerra avaliou como "positivo" o pronunciamento do presidente Michel Temer e afirmou que é necessário "cautela e prudência" do PSB sobre decisão de permanência do partido na base. "Está todo mundo conversando, não temos uma posição final. Vamos ver como será a decisão amanhã", disse. 

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