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PSB diz que ainda apura dono de jato

Candidato a vice responde por Marina e afirma que propriedade de aeronave que caiu e matou Eduardo Campos "não era problema"

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Por Isadora Peron e Ângela Lacerda
Atualização:
A Polícia Federal investiga se o sócio de Campos, Aldo Guedes Álvaro, é o dono do jato que caiu em Santos Foto: Divulgação

O candidato a vice-presidente da chapa do PSB, Beto Albuquerque, disse neste sábado que a direção do partido está apurando quem era o dono do avião que caiu em Santos (SP), matando o ex-governador Eduardo Campos e outras seis pessoas no dia 13. A pergunta foi feita por jornalistas à nova cabeça da chapa, Marina Silva, após uma caminhada no Recife, o primeiro evento de rua como candidata no lugar de Campos. Mas quem respondeu foi Albuquerque.

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O vice disse que saber quem era o proprietário do jatinho “não era um problema” de Campos e afirmou que o que interessa ao partido é descobrir as causas do acidente que matou o então candidato do PSB. “Nós queremos saber, e ainda não foi explicado, como esse avião caiu e matou o nosso líder. Nós queremos justiça nesse caso. A caixa-preta não tinha nenhuma gravação”, disse Albuquerque.

Como revelou o Estado neste sábado, a Polícia Federal investiga se o sócio de Campos, Aldo Guedes Álvaro, é o dono do jato Cessna Citation 560 XLS, prefixo PRF-AFA, que caiu em Santos. Homem de confiança do ex-governador de Pernambuco, Guedes era seu sócio na Fazenda Esperança, de 210 hectares, e na Agropecuária Nossa Senhora de Nazaré, em Brejão (PE). A PF disse já ter informações de que Guedes intermediou a compra feita em nome de três empresários pernambucanos e cuidou da contratação dos pilotos. 

A campanha do PSB não incluiu os gastos com o avião na prestação de contas enviada à Justiça Eleitoral.

Referências. Marina começou a campanha de rua neste sábado num bairro pobre do Recife, capital do Estado governado por Eduardo Campos por quase oito anos. Marina voltou a Pernambuco uma semana após participar das cerimônias fúnebres em homenagem a Campos. Ao lado de Beto Albuquerque, Marina caminhou por cerca de 1h30 pelas ruas de um bairro cheio de calçadas esburacadas e esgoto a céu aberto da zona norte do Recife. 

Na terra do ex-companheiro de chapa, fez um discurso cheio de referências a Campos e repetiu as palavras de Campos: “O Nordeste não é um problema para o Brasil, é a solução”.

Marina também criticou sua principal adversária na corrida presidencial, a petista Dilma Rousseff. “Não adianta fazer um filme para dizer que está tudo azul quando a inflação começa a corroer o salário dos brasileiros”, disse a ex-ministra.

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Marina caminhou ao lado do candidato do PSB ao governo de Pernambuco, Paulo Câmara. A gravação do carro de som dizia que eles eram os candidatos escolhidos por Campos. Sob os gritos de “Eduardo presente, Marina presidente”, a nova candidata cumprimentou eleitores, tirou fotos e conversou com moradores. Prometeu, se eleita, voltar ao Recife.

‘Gerentes’. Segundo Marina, no Brasil “se criou uma coisa de que é preciso ser um gerente”. “O Itamar (Franco) não era um gerente, era um homem com visão estratégica, o FH (Fernando Henrique Cardoso) era um acadêmico, não era gerente, mas com visão estratégica, Lula era operário, mas com visão estratégica”, disse Marina. “É por isso que equilibraram a economia e reduziram a inflação. Quando se tem visão estratégica, sabe unir a equipe, a gente consegue os melhores gerentes.”

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