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Propina era registrada como custo da obra, diz empreiteiro a CPI

Em depoimento, o ex-diretor-presidente da Camargo Corrêa Danton Avancini disse que só diretores da estatal conheciam a prática

Por Daiene Cardoso e Daniel de Carvalho
Atualização:

Brasília - O ex-diretor-presidente da Camargo Corrêa S.A., Dalton Avancini, disse na tarde desta quarta-feira, 20, à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobrás na Câmara que o pagamento de propina era contabilizado no balanço da empreiteira como “custo da obra”. Avancini afirmou que o repasse às diretorias da estatal era assunto “restrito” dentro da empreiteira e que só alguns diretores sabiam da prática.

“Não era objeto de divulgação”, ressaltou. Ele afirmou que o doleiro e empresário Alberto Youssef era o operador do PP e que este participou ativamente para realização de pagamentos para a Diretoria de Abastecimento da Petrobrás. De acordo com Avancini, Youssef punha-se como um “facilitador” e eles se encontraram “algumas vezes”.

CPI da Petrobras se reúne para ouvir o depoimento do diretor-presidente da Camargo Corrêa, Dalton Avancini (D), ao lado do relator deputado Luiz Sérgio (PT-RJ) Foto: André Dusek/Estadão

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“Você, às vezes, pedia uma agenda com o Paulo Roberto (Costa, ex-diretor de Abastecimento da petrolífera), demorava. Você falava com o Alberto Youssef e ele viabilizava. Tinha bastante poder (como facilitador junto a Costa)”, afirmou. O ex-diretor-presidente da Camargo Corrêa S.A. disse que não sabia do "histórico de crimes" do doleiro e empresário. “Foi um erro brutal induzido pelas circunstâncias dos fatos”, declarou. No depoimento, Avancini também apontou o empresário Júlio Camargo como outro operador do esquema de corrupção.

 

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