Procuradoria-Geral da República protocola denúncia contra Cunha no Supremo

Presidente da Câmara é investigado na Operação Lava Jato por suposta prática de corrupção e lavagem de dinheiro

Foto do author Beatriz Bulla
Por Beatriz Bulla e
Atualização:
O presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ) Foto: Dida Sampaio/Estadão

Brasília - A Procuradoria-Geral da República (PGR) protocolou nesta tarde no Supremo Tribunal Federal (STF) o oferecimento de denúncia contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O parlamentar é alvo de investigação perante a Corte desde março, por suposta participação no esquema de corrupção na Petrobrás, investigado na Operação Lava Jat por suposta prática de corrupção e lavagem de dinheiro.

PUBLICIDADE

Cunha é acusado de ter recebido propina de um contrato de aluguel de um navio-plataforma das empresas Samsung Heavy Industries e Mitsui com a Petrobrás. O fato foi relatado por ao menos dois delatores da Lava Jato, o doleiro Alberto Youssef e o lobista Júlio Camargo. Ambos relataram a investigadores que Cunha se valeu dos requerimentos encomendados a Solange para pressionar o pagamento de propina referente ao contrato, que havia sido suspenso. Os requerimentos pediam a auditoria de tais contratos firmados entre a estatal petroleira e as empresas fornecedoras. 

Camargo disse ainda em depoimento que Cunha cobrou dele o pagamento de US$ 5 milhões em propina. Foram apontadas dezenas de operações de lavagem do dinheiro, pago em espécie e também por meio de depósitos para uma igreja.

O oferecimento de denúncia consiste em uma acusação formal feita pelo Ministério Público Federal contra os políticos por entender que já há indícios de provas suficientes para que eles respondam uma ação penal. Eles só se tornam réus após o STF receber a denúncia - aceitar a acusação proposta pela PGR. No caso de Cunha, a decisão sobre a abertura da ação penal deve ser tomada pelo plenário do Supremo, que continua responsável por analisar investigações criminais de presidentes das Casas Legislativas. 

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.