Procuradores reforçam apoio à prisão em 2ª instância

Juiz Marcelo Bretas, por sua vez, diz que não vê ameaça de general

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Por Daniel Weterman
Atualização:

Procuradores da Operação Lava Jato intensificaram nas redes sociais o apoio à possibilidade da prisão de condenados em segunda instância no dia em que o Supremo Tribunal Federal (STF) julga o habeas corpus preventivo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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O procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, da força-tarefa em Curitiba, divulgou no Facebook o abaixo-assinado que defende a manutenção do atual entendimento do Supremo, permitindo a prisão após condenação em segundo grau. "Ninguém é tão supremo que não deva ouvir o povo", escreveu Lima. Mais cedo, ele havia dito que cada candidato às eleições deste ano deve responder se apoia a prisão em segundo grau e o fim do foro privilegiado.

Para a força-tarefa, conceder um habeas corpus a Lula seria abrir a possibilidade a todos os condenados na operação. "Em fevereiro de 2016, o STF decidiu pela validade do cumprimento da pena depois de condenação em segunda instância. Esse entendimento foi reafirmado em três julgamentos, posteriormente. Não podemos retroceder!", escreveu no Twitter o coordenação da Lava Jato no Paraná, procurador Deltan Dallagnol.

O procurador da Lava Jato Deltan Dallagnol Foto: André Dusek/Estadão

Bretas. O juiz federal Marcelo Bretas, responsável pelo julgamento da Lava Jato no Rio, foi uma das autoridades públicas a declarar apoio ao comandante do Exército, general Eduardo Villas Boas, que manifestou "repúdio à impunidade" em um tuíte na noite desta terça-feira, 3.

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Após compartilhar a publicação do general com um ícone de "aplauso", Bretas voltou a se manifestar na madrugada de hoje favorável às declarações de Villas Boas, quando respondeu a um internauta que o questionou por "bater palmas para uma sutil ameaça ao STF".

Bretas respondeu que não via nenhuma ameaça na fala do comandante militar. "Eu respeito profundamente o Exército Brasileiro e compartilho dos valores ali enunciados (repúdio à impunidade e respeito à Constituição, à paz social e à Democracia). Não sei de que ameaça você fala", escreveu o juiz. "Contudo, não me pronuncio sobre as insinuações que dela derivaram", disse o magistrado, em outra publicação.