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Processo corre em sigilo, diz Presidência da República

Governo diz desconhecer relatórios do tribunal de contas e estranha que seu conteúdo tenha sido repassado à imprensa

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Por Redação
Atualização:

BRASÍLIA- A Presidência da República informou que desconhece o relatório dos procuradores de contas. “O processo no TCU segue sob sigilo e, portanto, estranhamos que tal informação tenha sido passada antes à imprensa do que aos interessados”, declarou Thomas Traumann, porta voz da Presidência.

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Em nota ao Estado, em março, a presidente Dilma Rousseff, que comandava o Conselho de Administração da Petrobrás, responsabilizou a diretoria internacional por omitir informações sobre cláusulas do contrato. Dilma destacou que se tivesse conhecimento dessas cláusulas, apontadas no relatório do TCU como danosas à estatal, “seguramente não seriam aprovadas pelo conselho.”

Integrantes do Conselho que aprovaram a compra da refinaria Pasadena, em 2006, afirmam que o negócio foi autorizado porque baseado em um resumo, julgado, posteriormente, “falho” e que na ocasião se adequava ao planejamento estratégico da estatal.

O empresário Jorge Gerdau Johannpeter, que ocupou cadeira no Conselho até o início de abril, afirmou, no mês passado, em nota, que “ao aprovar em 2006 a operação de compra e 50% de participação na refinaria Pasadena não tinha conhecimento, como os demais conselheiros, das cláusulas Put Option e Marlim do contrato”. A primeira delas obrigou a Petrobrás a comprar 100% da refinaria, o que gerou prejuízos para a estatal. Disse que a decisão teve base em “avaliações técnicas de consultorias com reconhecida experiência internacional”.

O presidente da Editora Abril, Fabio Barbosa, que integrava o conselho, em manifestação pela Revista Veja, disse que a proposta “estava inteiramente alinhada com o plano estratégico vigente para a empresa, e o valor da operação estava dentro dos parâmetros do mercado, conforme atestou então um grande banco americano, contratado para esse fim”.

O ex-conselheiro Claudio Luiz Haddad afirmou que o colegiado dispunha de informações “fundamentadas” para a aprovação da compra. Segundo ele, o ex-diretor da área internacional, Nestor Cerveró, fez uma apresentação “consistente” do negócio e recomendou sua aprovação. O governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), responsabilizou a diretoria internacional da Petrobrás. Ele disse que os conselheiros confiaram nos responsáveis pelo contrato de compra. O então presidente da Petrobrás, José Sérgio Gabrielli, tem defendido a compra com o argumento de que era um bom negócio para a estatal. O ex-ministro Antonio Palocci não se manifestou.

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