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Primeiro-ministro da Islândia renuncia diante de revelações

Panama Papers faz primeira vítima e joga Islândia em sua pior crise política em décadas

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Por Jamil Chade e correspondente
Atualização:
O ex-primeiro-ministro da Islândia,Sigmundur David Gunnlaugsson, a primeia vítima dos 'Panama Papers' Foto: Reuters

Genebra - O primeiro-ministro da Islândia, Sigmundur Gunnlaugsson, renuncia diante da descoberta que manteve uma empresa offshore no Panamá e se torna a primeira vítima do vazamento de milhares de páginas da consultoria Mossack Fonseca. Segundo a imprensa estatal da Islândia, o ministro de Pesca, Sigurour Ingi Johannsson, assumiria o governo, num esforço de evitar uma nova eleição. Já o ex-primeiro ministro assumiria o comando de seu partido.

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Para que isso seja realizado, porém, o acordo precisa passar pelos partidos da base aliada.

Depois de desafiar os críticos e garantir que não renunciaria na segunda-feira, o chefe de governo tentou contornar a crise ao buscar o apoio de sua base aliada. Numa mensagem nas redes sociais, indicou que “dissolveria o Parlamento e convocaria eleições” se não contasse com o apoio.

Horas depois, sem o apoio, pediu uma reunião com o presidente do país e sugeriu a dissolução do Parlamento. 

O presidente Olafur Ragnar Grimsson, porém, decidiu adiar qualquer decisão até que possa consultar todos os partidos políticos do país. Sua meta é a de evitar novas eleições e quer tentar convencer os diferentes grupos políticos a chegar a um consenso sobre como superar a crise. "Nao acho que é normal que um primeiro-ministro, sozinho, tenha a autoridade de dissolver o Parlamento sem que a maioria dos parlamentarem estejam satisfeitos com a decisao", justificou.Sem saída, o primeiro-ministro optou por renunciar. 

Hoje, pelo segundo dia consecutivo, manifestantes ocupariam a principal praça do país e prometeram levar tambores e bananas, numa referência ao político que teria transformado o país escandinavo em uma "república bananeira". Uma petição assinada por mais de 10% da pequena população local também pedia sua renúncia.

Diversos nomes da oposição também se somavam aos manifestantes, pedindo a saída do primeiro-ministro. Segundo as revelações, ele vendeu a metade de sua empresa para sua esposa por US$ 1,00, um dia antes de entrar em vigor novas leis exigindo maior transparência. A ex-primeira-ministra, Johanna Sigurdardottir, foi outra que exigiu sua queda. "Ele precisa renunciar imediatamente".

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Durante o dia, o primeiro-ministro manteve ainda reuniões com seu ministro de Finanças e líder de um dos partidos da coalizão, Bjarni Benediktsson. Ele também foi citado nos documentos do Panamá. 

Na segunda-feira, a oposição havia apresentado uma moção de censura contra o Executivo, o que teria de ser votado até a sexta-feira. Segundo a imprensa estatal da Islândia, o ministro de Pesca, Sigurour Ingi Johannsson, assumiria o governo, num esforço de evitar uma nova eleição. Já o ex-primeiro ministro assumiria o comando de seu partido. Para que isso seja realizado, porém, o acordo precisa passar pelos partidos da base aliada.

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