PUBLICIDADE

Pressão de movimentos sociais é 'natural', diz Carvalho

Por Rafael Moraes Moura
Atualização:

O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, minimizou nesta quinta-feira, 13, as tensões entre integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e o governo Dilma Rousseff."É natural que os movimentos sociais cumpram esse papel de não serem chapa branca, apegados ao governo e cumpram o papel de cobrar mais, mais e mais", afirmou o ministro a jornalistas, após participar do VI Congresso Nacional do MST. "Na democracia, você não ouve só quem te agrada ou o quem está de acordo com a sua opinião. Você ouve o diferente, o que protesta. É a coisa mais natural. O Brasil está aprendendo a ser democrático, a ouvir."Questionado pelo Estado se o Planalto estava mais alinhado com o agronegócio do que com os trabalhadores rurais, Carvalho respondeu: "Não concordo que a Dilma seja aliada do agronegócio, a Dilma é a presidenta de todo o País, tem de cuidar de todos os setores."Críticas. O líder do MST, João Pedro Stédile, aproveitou o ato em defesa da reforma agrária para criticar o governo federal. Ele foi o último a discursar na solenidade. "No Brasil nunca houve a reforma agrária. Os assentamentos que existem no Brasil só aconteceram porque antes os trabalhadores ocuparam aquele latifúndio", criticou Stédile. O líder do MST também criticou o governo federal pela "enrolação" que impõe aos pequenos produtores rurais."Esperamos que todas as forças politicas no campo de esquerda se unam nessa luta (pela reforma agrária popular), talvez esse seja o único movimento que pode botar na mesma mesa desde a turma do PSTU até o Gilberto Carvalho. Vamos continuar ocupando latifúndio, vamos continuar lutando contra o capital internacional", prosseguiu.O líder do MST criticou o Ministério da Educação (MEC), ao afirmar que a pasta deve deixar de ser um ministério para "universidades" e sim "para a educação do povo". Dirigindo-se ao ministro Gilberto Carvalho, afirmou: "Gilberto, diga lá pro governo que há uma decisão desse congresso (do MST), não vamos admitir que o governo, prefeitura, feche mais nenhuma escola no meio rural. Nem que tenhamos que repetir a marcha que fizemos ontem."

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.