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Presidente interino, Maia lamenta não poder fazer campanha para o pai no Rio

O deputado consultou advogados de sua confiança para saber como deveria proceder na campanha, mas foi aconselhado a não ir para a rua pedir votos, porque não há regra clara para a ressarcimento dos recursos públicos gastos com o presidente interino

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Por Luciana Nunes Leal
Atualização:
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) Foto: Fabio Motta/Estadão

Presidente interino da República durante a viagem de Michel Temer à China,o presidente da Câmara,Rodrigo Maia (DEM-RJ), passa o fim de semana no Rio e, no início da tarde deste sábado,lamentou não poder fazer campanha ao lado do pai,o ex-prefeito Cesar Maia (DEM), vereador que tenta a reeleição.

O deputado consultou advogados de sua confiança para saber como deveria proceder na campanha.Foi aconselhado a não ir para a rua pedir votos, porque não há regra clara para a ressarcimento dos recursos públicos gastos com o presidente interino, como segurança e transporte,para exercer uma atividade partidária. 

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 "A campanha já é curta e não pude fazer campanha para meu pai.Como é uma interinidade de quatro ou cinco dias,não daria tempo para montar uma estrutura particular paralela (sem gastos públicos) de segurança,transporte. Como me inspiro no Marco Maciel,não é o caso de gerar conflito", disse Maia ao

Estado

, citando o vice-presidente de Fernando Henrique Cardoso. Maciel era do PFL, hoje DEM, e conhecido com articulador discreto e pelo bom trânsito em diferentes setores.

Cesar Maia fez campanha na zona oeste, região onde pai e filho são bem votados,nesta manhã.

O presidente interino fez exercícios no prédio onde mora pela manhã e recebeu cumprimentos dos vizinhos."Tem que cumprimentar diferente? ", brincou um deles.

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A segurança de Rodrigo Maia como presidente da Câmara foi reforçada por causa da interinidade na presidência da República e neste sábado havia um carro para Maia e outros três para a escolta do parlamentar e sua família. 

Na noite de sexta-feira,odeputado foi a uma festa na residência oficial do prefeito Eduardo Paes (PMDB), na Gávea Pequena (zona sul). Maia disse que não se tratou de política e era apenas uma comemoração. 

O parlamentar evitou temas controversos como a votação fatiada, no Senado,do impeachament da presidente Dilma Rousseff,que perdeu o mandato,mas manteve os diretos políticos. Maia marcou para o dia 12 de setembro a votação no plenário da Câmara do processo de cassação do mandato de seu antecessor no comando da Câmara,deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Cunha pode se beneficiar do precedente aberto no Senado não tanto por causa do fatiamento, mas porque houve uma modificação no rito,quando o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), que presidia a sessão do Senado,autorizou o destaque que permitiu a votação separada do impeachament e dos direitos políticos.

A expectativa de aliados de Cunha é conseguir colocar em votação a possibilidade de uma punição mais branda que a cassação do mandato, como suspensão,que não implica no impedimento de participar de novas eleições.