PUBLICIDADE

Presidente e PT divergem sobre substituto no Ministério da Justiça

Mesmo com possibilidade de o ministro permanecer no cargo, Dilma já está em busca de um jurista, sem considerar petistas

PUBLICIDADE

Por Tania Monteiro e Carla Araujo
Atualização:

BRASÍLIA - Depois da decisão do Supremo Tribunal Federal, que já era esperada pelo governo, a presidente Dilma Rousseff se reuniu com os ministros da Casa Civil, Jaques Wagner, da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini, e da Advocacia-Geral da União, José Eduardo Cardozo, para debater possíveis cotados e o modelo de sucessão. Isso porque, apesar de ter ganho 20 dias para ele deixar o cargo, o governo tem pressa na substituição. O ministro da Justiça, Wellington César Lima e Silva, ficou no ministério, reunido com sua equipe. “A manifestação do ministro da Justiça ocorrerá logo após a reunião com a presidente da República”, informou ontem o Ministério da Justiça. A reunião dele com Dilma deve ser hoje.

PUBLICIDADE

Berzoini disse que o governo espera a decisão de César. “Deixe a vítima se pronunciar. Deixe ele tomar a decisão”, comentou, ao acrescentar que “é preciso levar em consideração que é a vida dele (que está em jogo)”. O ministro não falou em nomes que foram ventilados na reunião com a presidente, mas o PT está de olho no cargo e quer emplacar o deputado Paulo Teixeira (SP) ou Wadih Damous (RJ).

Dilma, porém, sabe que essa opção não seria boa porque pareceria que seria encontrar uma forma de deixar o partido controlar a Polícia Federal. Por isso, a presidente busca um jurista, um modelo ao estilo de Gilson Dipp, ex-ministro do Superior Tribunal de Justiça e que até recentemente atuava como advogado de Delcídio Amaral (PT-MS) no Conselho de Ética do Senado.

Até o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez sugestões sobre nomes, como o de Nelson Jobim, para a pasta, mas o ex-ministro já teria manifestado que não tem interesse. Dilma teve divergências com Jobim, que bateu de frente com ela quando, primeiro, os dois eram ministros de Lula e, depois, quando Jobim permaneceu no primeiro escalão do governo Dilma.