Presidente do PT diz que reunião do partido sobre Delcídio terá 'consequências práticas'

Rui Falcão também afirmou não ver contradição entre texto assinado por ele, em que diz não dever solidariedade ao senador, e a posição dos parlamentares de apoiar a soltura do ex-líder do governo

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Por Ricardo Galhardo e Ana Fernandes
Atualização:

O presidente nacional do PT, Rui Falcão, evitou adiantar nesta quinta-feira, 26, em evento do Instituto Lula em São Paulo, algum julgamento de valor sobre que decisão a direção do partido pode tomar em relação ao ex-líder do governo no Senado Delcídio Amaral (PT-MS), preso nesta quarta-feira, 25, mas afirma que a reunião da executiva nacional do partido para tratar do tema terá "consequências práticas" e que "haverá alguma medida".

Rui Falcão vai avaliar com ministros postos para petistas Foto: Dida Sampaio/Estadão - 08.12.2014

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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva também esteve no local do evento, mas saiu sem dar qualquer declaração. Falcão minimizou a divisão que ficou explicitada entre a direção partidária e a bancada da sigla no Senado. Enquanto o próprio presidente nacional do PT emitiu uma nota que dizia que a agremiação não devia solidariedade a Delcídio, os senadores votaram na maioria pela revogação da prisão dele.

O líder do partido na Casa, Humberto Costa (CE), disse em plenário que a direção do PT divulgou o comunicado à revelia da bancada e que o documento não representava a posição dos senadores petistas. Falcão disse não ver essa divisão. "Não há divisão porque eu expressei uma opinião e essa opinião vai ser debatida com maior profundidade, inclusive com consequências práticas", disse, em referência à reunião da executiva que será agenda para os próximos dias com o objetivo de debater o destino do ex-líder do governo no Senado.

"A Executiva pode avaliar medidas que julgar cabíveis, logo haverá alguma medida", afirmou o presidente nacional da legenda. Falcão também afirmou não ver contradição entre o texto assinado por ele e a posição dos senadores de apoiar a soltura de Delcídio. "Não estávamos avaliando (na nota) se ele deveria continuar preso ou solto, o que nós avaliamos é que as atitudes a ele imputadas e aparecidas na gravação nada têm a ver com a atividade do PT."

Falcão repetiu que verifica a agenda dos membros da direção para marcar a reunião nos próximos dias. O encontro deve ser realizado em Brasília, declarou. O presidente da sigla preferiu não comentar a opinião expressada pelo presidente do Diretório Estadual do PT de São Paulo, Emídio de Souza, que o acompanhava em evento do Instituto Lula na capital paulista. Emídio disse ser favorável à expulsão de Delcídio.

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