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PSB cobra de Lula contrapartida em Estados; petista quer PSD em aliança

Em reunião com ex-presidente, dirigente de sigla socialista pede apoio em cinco Estados para viabilizar filiação de Alckmin e chapa presidencial; PT tenta atrair legenda de Kassab

Foto do author Pedro  Venceslau
Por Pedro Venceslau
Atualização:

O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniram nesta segunda-feira, 20, em São Paulo, para discutir uma possível chapa formada pelo petista e o ex-governador Geraldo Alckmin como vice. A conversa ocorreu no dia seguinte ao jantar no qual Lula e Alckmin apareceram publicamente juntos pela primeira vez desde que a aliança passou a ser cogitada.

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Siqueira já convidou o ex-governador para se filiar ao PSB, mas expôs diretamente a Lula as condições que o partido impõe para integrar uma chapa com o PT em 2022.

A sigla quer o apoio petista em cinco Estados: São Paulo, Rio Grande do Sul, Pernambuco, Rio de Janeiro e Espírito Santo. De acordo com o dirigente socialista, o PT, porém, ainda não se mostrou aberto para as demandas apresentadas pela legenda. “A relação não pode ser de mão única”, afirmou Siqueira ao Estadão.

O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira; sigla quer o apoio petista em cinco Estados: São Paulo, Rio Grande do Sul, Pernambuco, Rio de Janeiro e Espírito Santo. Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Diante da contrapartida considerada cara pelos petistas, Lula disse no jantar, segundo o relato de participantes, que seria importante “colocar o PSD no arranjo”. A ideia é convencer o ex-tucano a se filiar ao partido de Gilberto Kassab para ser seu vice.

Essa hipótese, no entanto, esbarra na resistência do ex-ministro e presidente do partido – que lançou o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (MG), como pré-candidato à Presidência. Outra possibilidade já ventilada é de que Alckmin ingresse no Solidariedade. O presidente do partido, deputado Paulinho da Força (SP), admite a ideia, mas ela também sofre resistências.

O PT ainda considera como o cenário mais factível que Alckmin vá mesmo para o PSB. “Se ele quiser se filiar ao PSB e ser candidato a vice, será bem-vindo. Tivemos uma boa conversa com o Geraldo e percebi que ele tem simpatia por essa hipótese”, disse Siqueira. 

Alckmin esteve todo o tempo cercado de lideranças do PSB durante o jantar no domingo. Ele dividiu a mesa principal com Lula, Siqueira, o ex-governador Márcio França, o governador de Pernambuco, Paulo Câmara, e o prefeito do Recife, João Campos. Kassab também estava presente e conversou com Lula e Alckmin, mas se sentou em outra mesa.

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Procurado, o ex-governador Geraldo Alckmin não quis se manifestar.