BRASÍLIA - O cirurgião paulista Raul Cutait voltou atrás e decidiu aceitar o convite do PP para indicá-lo ao comando do Ministério da Saúde em um eventual governo Michel Temer, disse na tarde desta terça-feira, 3, o presidente do partido, senador Ciro Nogueira (PI). A informação foi confirmada por Eliseu Padilha, eventual ministro-chefe da Casa Civil caso Michel Temer assuma a Presidência.
Na manhã desta terça, Nogueira afirmou ao Broadcast Político, serviço de informações da Agência Estado, que Cutait tinha recusado a indicação para o Ministério da Saúde, por pressão de sua "família", que era contra a nomeação. Segundo o presidente do PP, o médico voltou atrás no início desta tarde, após nova conversa com a família.
Apesar de ter aceitado o convite, Nogueira ainda tem que vencer uma divergência interna dentro do PP para indicar Cutait. Alguns deputados estão defendendo que a legenda indique um parlamentar para o posto. O nome do deputado federal Ricardo Barros (PP-PR) é o mais defendido.
Cutait é professor de cirurgia da Universidade de São Paulo (USP) e trabalha no Hospital Sírio-Libanês, um dos mais importantes hospitais do País, localizado na capital paulista. Além disso, possui uma clínica própria, da qual terá de se afastar, caso venha a comandar o Ministério da Saúde.Ele chegou a ser secretário municipal de Saúde de São Paulo na gestão de Paulo Maluf, na década de 1990.
O cirurgião é a primeira opção do presidente do PP para indicar para o comando do Ministério da Saúde, pasta também cobiçada pela bancada do PMDB na Câmara.
Lobby. Além do Ministério da Saúde, o PP pode ainda ficar com a indicação para o cargo de ministro da Agricultura de um futuro governo Temer. Padilha disse haver um lobby forte de entidades ligadas ao setor para fazer ministra a senadora Ana Amélia (PP-RS). Mas não tem nada acertado, disse o possível ministro de Temer.
O partido possui a quarta maior bancada da Câmara, com 47 parlamentares, e ainda possui seis senadores / COLABOROU RICARDO BRITO