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'Precisamos que Geddel continue no governo', diz Maia

Presidente da Câmara também argumentou que parlamentares têm o direito de mudar o texto das medidas anticorrupção propostas pelo Ministério Público

Foto do author Daniel  Weterman
Por Daniel Weterman
Atualização:

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), saiu em defesa do ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, acusado pelo ex-ministro da Cultura Marcelo Calero de pressionar a aprovação de um projeto imobiliário em Salvador (BA). O deputado também afirmou que o Congresso precisa que Geddel continue no cargo por ser fundamental na articulação política do governo Michel Temer junto aos parlamentares.

Segundo Maia, o ministro tem o apoio e a confiança do parlamento. "Nós precisamos que o ministro Geddel continue no governo com a certeza de que esse papel que ele exerce foi vital na nossa vitória da PEC do Teto e vai ser fundamental na nossa vitória da reforma da Previdência", disse o deputado, que esteve em São Paulo nesta terça-feira, 22, para realizar uma palestra a investidores brasileiros e estrangeiros sobre a coordenação do Congresso na aprovação das medidas econômicas do governo federal.

Secretário de Governo, Geddel Vieira de Lima, em evento oficial com o presidente Michel Temer, e os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado, Rodrigo Maia e Renan Calheiros Foto: Beto Barata/PR

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Sobre as acusações realizadas por Calero, Maia declarou acreditar em Geddel. "Vamos virar essa página, o episódio aconteceu, vamos separar as coisas. É claro que o tráfico de influência não é bom, eu sei que não aconteceu, o Geddel explicou", argumentou. Para o presidente da Câmara, a "página" precisa ser virada para que o presidente Temer tenha "tranquilidade" na aprovação das reformas.

Anticorrupção. Maia também comentou a possível votação do relatório das medidas anticorrupção em plenário nesta terça-feira, 22, na Câmara. Segundo ele, ainda não se sabe se o texto, elaborado a partir de um projeto proposto pelo Ministério Público Federal, vai ser votado na data - anteriormente, a proposta precisa passar por aprovação dentro da comissão especial de deputados presidida por Joaquim Passarinho (PSD-PA).

O presidente da Casa destacou que os líderes partidários têm autonomia para decidir. "Se for simbólico ou nominal, não é o problema. O importante é votar na comissão e cada líder e partido assumem a responsabilidade sobre o texto que está aprovando", disse.

Maia afirmou, também, que acredita na aprovação de 12 ou 13 medidas que estão no pacote, que originalmente tinha 10 itens e foi complementado com mais sete pontos pelo relatório do deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), mas não opinou sobre o conteúdo do projeto e disse que seu papel é de coordenar a aprovação.

Além disso, ao comentar as tentativas de alteração no relatório, como a de anistiar a prática de caixa dois e de enquadrar juízes e procuradores na lei de crimes de responsabilidade, o presidente da Câmara afirmou que os parlamentares têm o total direito de modificar o projeto. "Ninguém tem a primazia de um texto, um texto perfeito. O Poder Legislativo tem direito de mudar tudo que quiser", disse. Maia também defendeu a possibilidade dos parlamentares decidirem como vão tratar do caixa dois na discussão. "A votação será feita de forma clara e a sociedade vai avaliar se foi bom o texto ou não." 

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