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PPS decide deixar a base governista e entregar cargos

Por Agencia Estado
Atualização:

O diretório nacional do PPS decidiu, no início desta noite, deixar o governo Luiz Inácio Lula da Silva e assumir uma posição de independência no Congresso Nacional. A decisão foi tomada na reunião realizada em um hotel da região central do Rio de Janeiro que durou oito horas e na qual houve alguns desentendimentos. Com o desligamento, o partido coloca os cargos ocupados por seus filiados à disposição do governo. "Não precisamos fixar prazos para aqueles que estão no governo entregarem os cargos. Ou se afastam do cargo ou se afastam do partido", disse o presidente nacional do PPS, deputado federal Roberto Freire (PE), autor da proposta de saída da base governista. Com a decisão, o mais provável é que o único ministro do PPS, Ciro Gomes, da Integração Nacional, deixe a legenda. Ciro não foi à reunião. A ex-mulher e aliada de Ciro, senadora Patrícia Saboya (CE), e o irmão do ministro, Cid Gomes, prefeito de Sobral, também devem deixar a legenda. Patrícia disse se sentir "desconfortável" no partido, depois da decisão de ontem. Para a senadora, o partido deu uma demonstração de "intransigência". A senadora não descartou a hipótese de ir par ao PT, mas disse que vai conversar com seu grupo político antes de tomar qualquer decisão. "Para mim será desagradável e desconfortável ter de sair do PPS", afirmou Cid em seu discurso. Com a decisão tomada, ele lamentou que a deliberação tenha sido do diretório nacional, formado por 113 dirigentes, sem consulta aos prefeitos eleitos, aos deputados estaduais e aos dois governadores do partido. O motivo da saída do governo e da posição de independência, disse Freire, é a decisão do PPS de lançar candidato próprio à Presidência da República em 2006. "Este governo lamentavelmente é conservador, não é de esquerda. A decisão de candidatura própria é do congresso do partido, em março deste ano", lembrou Freire. O presidente do PPS disse que o partido sai da base governista, mas que o presidente Lula pode contar com a legenda para "garantir a governabilidade" e para votar a favor de projetos "de interesse do povo". Além do Ministério da Integração Nacional, o outro cargo importante do PPS no governo é a presidência da Funai, ocupada por Mércio Pereira. O partido tem também o secretário de Gestão Participativa do Ministério da Saúde, Crescêncio Antunes da Silveira Neto, e técnicos em outros ministérios, como das Cidades.

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