'Posso ser tudo, menos chantagista', diz Delcídio

Em entrevista ao 'Estado', senador nega que vá fazer delação premiada e diz que tem uma 'defesa consistente' a apresentar

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Por Vera Rosa
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BRASÍLIA - O senador Delcídio Amaral (PT-MS) afirmou nesta segunda-feira, 22, que tem uma “defesa consistente” e negou a intenção de fazer delação premiada, em troca de uma possível redução de pena, caso seja condenado. “Todo mundo que me conhece sabe que eu nunca chantageei nem ameacei ninguém e não vou mudar depois de velho”, disse Delcídio ao Estado. “Eu posso ser tudo, menos chantagista. Isso não condiz com o comportamento que sempre tive”.

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Ex-líder do governo Dilma Rousseff no Senado, Delcídio foi solto na sexta-feira, depois de 86 dias preso, sob acusação de tentar atrapalhar as investigações da Operação Lava Jato. Ele ainda não retornou ao Senado e não sabe quando voltará. Disse que, nos próximos dias, pretende dar os últimos retoques no pronunciamento que fará no plenário.

“Vou fazer essas coisas com muita calma. Mas vou marcar posição. Minha defesa é muito consistente e eu estou confiante”, afirmou o senador ao Estado. Questionado se teria cartas na manga para pressionar colegas a absolvê-lo no Conselho de Ética, o senador mostrou contrariedade. “Você acha que eu, dependendo do Conselho de Ética, vou para cima do Senado? O que é isso? Eu tenho responsabilidade.”

O PT ameaça expulsar Delcídio, mas isso ainda pode demorar algum tempo. O caso será tratado na reunião do Diretório Nacional do partido, marcada para sexta-feira, no Rio de Janeiro, mas a tendência é que a sigla prolongue a suspensão do senador, sem decisão final sobre o seu destino. “Vou conversar agora com o partido, com tranquilidade”, afirmou ele.

Diabético e com gastrite, o senador passou, nesta segunda, por uma consulta com um clínico geral. Ele deverá fazer novos exames médicos e ainda não sabe quando retomará suas atividades parlamentares.

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