Rio - Policiais federais, acompanhados de técnicos da Receita Federal, passaram a manhã desta quinta-feira, 5, no escritório da Oildrive, na Glória, zona sul do Rio. O empresário Julio Faerman, dono da empresa, é citado nas denúncias de pagamento de propina a funcionários da Petrobrás pela fornecedora holandesa SBM Offshore, que aluga navios-plataforma para petroleiras. A ação faz parte da nona fase da Operação Lava Jato, deflagrada nesta manhã.
No Rio, a PF cumprem 12 mandados de busca, oito de condução coercitiva e um de prisão preventiva. Ao todo, estão sendo cumpridos 62 mandados judiciais em quatro Estados (São Paulo, Rio, Bahia e Santa Catarina): um de prisão preventiva, três de temporária, 18 de condução coercitiva (quando a pessoa é liberada após prestar depoimento) e 40 de busca e apreensão.
Os policiais chegaram à Oildrive por volta das 7h30 e só deixaram o local às 14h. Os policiais cumpriram mandados de busca uma vez que, segundo testemunhas, não houve prisões no local. Os policiais seguiram com o material apreendido para a sede da Polícia Federal, na Praça Mauá, no centro do Rio.
As denúncias envolvendo a SMB já são investigadas por órgãos de controle. No fim do ano passado, apurações de autoridades suíças sobre o caso confirmaram pagamentos indevidos a empregados da estatal no exterior, o que levou a empresa a pagar multa de US$ 240 milhões, por meio de um acerto com o Ministério Público da Holanda.
No Brasil, a SBM já informou à Controladoria-Geral da União (CGU) a intenção de fazer um acordo de leniência, por meio do qual aceitaria pagar pesadas multas para não ser proibida de participar de licitações. Em dezembro, a CGU abriu investigações sobre negócios de empresas suspeitas, entre elas a Oildrive, de pagar propinas na Petrobrás em troca de contratos para a SBM.