Polícia de SP descarta sequestro de jornalista que denunciou Feliciano

Delegado responsável pelo caso também diz que não houve ameaça do chefe de gabinete do deputado, Talmo Bauer, a Patrícia Lelis

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Por Valmar Hupsel Filho
Atualização:

A Polícia Civil de São Paulo já descarta a ocorrência dos crimes de sequestro e ameaça denunciados pela jornalista Patrícia Lelis contra Talmo Bauer, chefe de gabinete do deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP). "Descarto totalmente que houve sequestro e a ameaça que pudesse impedir o ir e vir da garota, afirmou ao Estado o delegado titular da 3º DP, Luis Roberto Hellmeister, responsável pelo caso em São Paulo. 

O deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP) Foto: Ed Ferreira/Estadão

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Para chegar a essa conclusão,o delegado levou em consideração três depoimentos. O principal deles foi o de Emerson Biazon, que se apresenta como assessor do PRB. Ele contou à polícia ter participado de toda a negociação entre Patrícia e Bauer, que envolvia o pagamento de R$ 70 mil para que ela não denunciasse Feliciano publicamente de estupro tentado e agressão. 

Biazon afirma que recebeu de Bauer a quantia de R$ 20 mil na quinta-feira, 4, na garagem de sua casa, e que o dinheiro seria entregue à ela no dia seguinte. Outros R$ 30 mil seriam entregues na segunda, 8. "Eu ia entregar R$ 20 mil a ela no dia 5, mas quando cheguei no hotel ela resolveu denunciar", disse Biazon ao Estado. Segundo ele, Patrícia chegou a receber R$ 2 mil. 

Biazon entregou seu celular à Polícia, onde há vídeos e fotos em que Patrícia e Bauer são retratados em momentos de descontração, dentro do carro e em restaurantes. 

Patrícia, no entanto, mantém a versão de que estava sendo ameaçada. "Tinha que mostrar que estava tudo bem, né?", disse ela ao Estado. O advogado da jornalista, José Carlos Carvalho, afirma que pretende pedir proteção a ela porque Bauer foi visto em Brasília. "Ela estácom muito medo. Vou ter que providenciar pedido de protecão a ela", disse. 

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