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‘PMDB tem outros nomes’, diz Chalita em relação a Marta

Presidente do diretório paulistano do partido diz que legenda não é do tipo ‘que vem uma pessoa e fala ‘me dá e eu serei o candidato’’

Por Juliana Diógenes , Ana Fernandes e Valmar Hupsel Filho
Atualização:

Atualizado às 22h39

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São Paulo - Em meio a rumores de que a senadora Marta Suplicy (sem partido) se filiaria ao PMDB para se candidatar à Prefeitura de São Paulo, o secretário municipal de Educação e presidente do diretório paulistano da sigla, Gabriel Chalita, fez ontem as mais duras declarações de um peemedebista sobre o assunto desde que as conversas foram iniciadas. “O PMDB não é uma legenda que vem uma pessoa e fala ‘me dá e eu serei o candidato’”, disse Chalita.

Segundo o secretário, a opinião é compartilhada pela executiva estadual e nacional do partido. Responsável por conduzir formalmente a candidatura peemedebista na capital paulista em 2016, Chalita disse não ter sido procurado pela ex-petista para tratar do assunto.

Ele, que é citado como um dos possíveis candidatos nas eleições do ano que vem, afirmou que o partido “já tem outras lideranças interessadas no pleito”. Além dele próprio, Chalita citou os nomes de Paulo Skaf (presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, a Fiesp), Jorge Caruso (deputado estadual) e Alexandre de Moraes (secretário de Segurança Pública de São Paulo) como opções do partido.

Chalita afirmou que, se de fato houver disposição de filiação de Marta, as lideranças vão “esclarecer o processo que há dentro do partido”. “Se fosse ser ela (a candidata), teria que participar de uma convenção. E há outros nomes, há outras lideranças do PMDB”, disse. Além de conversas com peemedebistas, Marta também tem dialogado com dirigentes do PSB.

Candidatura própria. Citado por Chalita, Skaf defendeu candidatura própria para prefeito, governador e presidente, mas descartou a possibilidade de ser ele o candidato em 2016. Ele diz preferir se colocar como opção para concorrer novamente ao governo do Estado em 2018 – seria sua terceira candidatura ao cargo. Em 2014, Skaf concorreu pelo PMDB e ficou em segundo lugar.

Gabriel Chalita em entrevista à TV Estadão, em 2012 Foto: Epitácio Pessoa/AE

O presidente da Fiesp foi o único peemedebista ontem a confirmar conversas do partido com Marta. “Estão indo bem”, disse. A senadora tem falado com lideranças nacionais da legenda, como o presidente do Senado, Renan Calheiros, e o vice-presidente Michel Temer.

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O deputado federal e presidente paulista do PMDB, Baleia Rossi, é um dos que reforçam a tese de que o partido deve ter candidato próprio na capital paulista em 2016. Segundo ele, a corrente majoritária do PMDB paulista descarta a hipótese de apoiar outras legendas – como estaria traçado no plano que previa Chalita como candidato a vice na chapa do petista Fernando Haddad, atual prefeito de São Paulo.

Segundo Baleia Rossi, a candidatura própria no Executivo municipal é fundamental para melhorar o desempenho da legenda nas eleições para cargos no Legislativo. “Se o PMDB não tiver candidato, nós vamos diminuir nossa força no Legislativo.” Questionado quando então o partido entregaria os cargos na prefeitura – além de Chalita, o partido tem Luciana Temer como secretária de Assistência Social –, Baleia Rossi disse que se tratar de “uma decisão do partido”.

Para ele, o PMDB não tem por que fazer este comunicado a Haddad. “Não somos apêndice de nenhum outro partido para ter de comunicar ou ter que prestar contas”, afirmou. “O PMDB tem um projeto legítimo de candidatura própria. Quem quiser nos apoiar, estamos abertos ao diálogo.”

Baleia Rossi elogiou Marta, mas disse que não houve um contato direto entre a senadora e o PMDB paulista. “Marta tem uma história de vida e de trabalho por São Paulo. É um grande nome”, disse. “(Mas) não houve contato formal sobre a possibilidade de vinda dela pro PMDB”.

Em São Paulo ontem para um evento do PMDB mulher, Temer, presidente nacional da legenda, afirmou, ao discursar, que a ala feminina do partido iria ser reforçada em breve. Era uma brincadeira sobre a gravidez de uma dirigente do partido. 

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