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PMDB diz tratar-se de uma 'questão regional'

Dirigentes da legenda evitaram comentar o assunto e afirmaram que cabe à direção da sigla em Rondônia responder

Por RICARDO DELLA COLETTA E RICARDO BRITO
Atualização:

Brasília - A deflagração da Operação Plateias, que envolveu o governador reeleito de Rondônia Confúcio Moura (PMDB), fez a cúpula do partido agir para tentar circunscrever a ação da Polícia Federal a um problema local.

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Cinco dirigentes da legenda consultados pelo Estado preferiram não se manifestar sobre a operação. Coube ao presidente em exercício do PMDB local, Tomás Correia, a incumbência de responder pela sigla.

"É uma questão localizada em Rondônia e a direção do partido lá é que deve responder", disse o deputado Eliseu Padilha (RS), presidente da Fundação Ulysses Guimarães. "É uma questão regional que será esclarecida", reforçou Tomás Correia, após participar de uma entrevista coletiva ao lado de Confúcio no final do dia.

Procurados, o vice-presidente Michel Temer, que é presidente nacional do PMDB, e o senador Valdir Raupp (PMDB-RO), aliado de Confúcio, não se manifestaram. Já os senadores Vital do Rêgo (PB) e Romero Jucá (RR) disseram que nem sabiam da operação da Polícia Federal.

Tomás Correia negou que a operação da Polícia Federal coloque em xeque a reeleição do governador. "Não creio que tenha isso (o poder de colocar em xeque a reeleição)", afirmou. "Não vejo vinculação com essa eleição em si", completou.

O peemedebista afirmou ter conversado com Valdir Raupp, de quem é o primeiro-suplente no Senado, que lhe pediu para mantê-lo informado dos desdobramentos das investigações. Ele disse que Raupp estava em Brasília, mas o senador não foi visto durante o dia na Casa e tampouco localizado por telefone.

O presidente do PMDB estadual saiu em defesa de Confúcio. "Eu conheço bem o governador, desde 1982. Conheci como médico bem-sucedido e sinceramente tenho absoluta certeza de que é um homem correto de suas ações", afirmou.

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Segundo Correia, as apurações da Polícia Federal dizem respeito a fatos "de lá de trás", referentes à primeira eleição do governador. Para ele, a ação seria consequência de uma operação anterior que investigou irregularidades na Secretaria de Saúde estadual.

A Operação Plateias desarticulou organização criminosa formada por lobistas e agentes públicos responsáveis por desvio de verbas públicas e direcionamento de licitações.

Confúcio Moura chegou a prestar depoimento na superintendência da Polícia Federal no Estado. A polícia investiga um esquema em que empresas interessadas em participar nos processos licitatórios em Rondônia precisavam doar para campanhas eleitorais.

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