Pimentel: entrada de Marina afetou campanha de Aécio

Candidato do PT ao governo de Minas Gerais afirmou que Dilma se manteve no mesmo patamar, mesmo com a entrada de Marina

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Por Suzana Inhesta e CORRESPONDENTE
Atualização:
Para Pimentel, Marina retirou votos de Aécio e de nulos, brancos e indecisos Foto: Divulgação

O candidato ao governo de Minas Gerais pelo PT, Fernando Pimentel, disse que a entrada de Marina Silva (PSB/Rede) na disputa eleitoral como presidenciável no lugar de Eduardo Campos (PSB), afetou a campanha de Aécio Neves (PSDB), ao analisar os números da pesquisa Ibope desta terça-feira, 26. "Temos aí fenômeno novo que é o crescimento da Marina, após a morte de Campos, que reflete comoção grande. Mas a Marina tem trajetória de vida de muita respeitabilidade e admiração", declarou, em sabatina promovida pela rádio CBN BH, nesta quarta.

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Para ele, Marina retirou votos de Aécio e de nulos, brancos e indecisos e que presidente Dilma Rousseff (PT) se manteve no mesmo patamar, apesar de a pesquisa mostrar uma queda de porcentual. "Marina é uma presença forte. Pelo menos, bloqueou o crescimento do candidato tucano, que vai ter dificuldade de manter seus patamares na pesquisa", disse. "A minha avaliação é de que o Brasil está claramente fazendo a sua opção de continuar com um governo democrático-popular, que hoje é representado tanto por Dilma quanto por Marina. (...) Não vejo futuro da candidatura do campo tradicional, conservador, representado por Aécio", completou.

Pimentel tem sido alvo de críticas por não usar a imagem ou falar em muito de Dilma em suas campanhas, diferente do que tem feito Pimenta da Veiga (PSDB) com Aécio. "Não sei porque fazem essas críticas: antes era demais, que Dilma estava vindo muito para Minas. Mas ela está presente o tempo todo na minha campanha, estará sempre do meu lado, não tem como dissociá-la. Talvez o adversário esteja se confundindo, já que a minha campanha está focada na minha trajetória e a dele, como não tem o que mostrar, se esconde nos apoios", falou.

Outra questão abordada na sabatina da rádio foi um eventual movimento do voto casado em Pimentel para o governo de Minas e Aécio (PSDB) para a Presidência, o chamado "Pimentécio". Ela estaria ocorrendo por conta da semelhança entre os nomes dos candidatos petista e tucano (Pimentel e Pimenta) e pelo histórico da aliança entre Pimentel e Aécio em 2008, na eleição de Marcio Lacerda (PSB) para a Prefeitura de Belo Horizonte. Nos bastidores, comenta-se que isso atrapalha a campanha de Dilma no Estado e preocupa os tucanos na manutenção de sua gestão no governo do Estado.

À CBN BH, Pimentel explicou que foi o acordo pragmático na época da eleição de Lacerda, que não se arrepende dessa aproximação, mas que "nunca houve aliança posterior a essa". "Fizemos essa aproximação para a cidade não ser prejudicada. Tanto que o primeiro mandato de Lacerda foi um sucesso e ele foi reeleito. Mas aí ele se afastou do PT e hoje não estamos mais na gestão de Belo Horizonte. (...) Essa confusão não atrapalha a campanha petista. É engraçado como se subestima a consciência eleitoral do mineiro. O mineiro sabe em quem ele está votando", ressaltou.

Propostas e economia. 

Pimentel reforçou o discurso que, se eleito, fará um governo participativo, regionalizado, com "choque de carinho". Voltou a fazer críticas à gestão tucana à frente do Estado, de que não há uma união entre o governo de Minas e o federal, prejudicando investimentos e realização de projetos, como o metrô na capital mineira, uma maior adesão dos municípios do Estado ao programa de saúde "Mais Médicos", construção de escolas técnicas, entre outros.

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Além disso, se comprometeu, se eleito, a construir metrô, pagar o piso nacional aos professores estaduais, incluir na matriz de transporte urbano projetos como o VLT e monotrilho, diminuir as alíquotas dos impostos estaduais, sem perder receita, e ampliar moradia à população. Sobre sua expectativa para o cenário macroeconômico para 2015, Pimentel seguiu o discurso de Dilma, dizendo que o Brasil está passando bem, mantendo os empregos, pela maior crise internacional da história.

"Não temo a economia do ano que vem. Temo uma mudança de rumo e adoção de políticas equivocadas", enfatizou.

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