Picciani fala em Ministério do Esporte ou Turismo para o Rio

Presidente do PMDB no Rio não sugeriu nomes, mas argumentou que Olimpíadas vão exaltar vocação do Estado como cidade turística e criativa

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Por Luciana Nunes Leal
Atualização:

Rio - O presidente do PMDB no Rio, Jorge Picciani, sugeriu ao vice-presidente Michel Temer que, em um possível novo governo, o Rio de Janeiro seja contemplado com o Ministério do Esporte ou o do Turismo, ou a fusão das duas pastas, por ser a “vocação” do Estado.

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“Antes de tudo, defendo um ministério mais enxuto, prestigiando ou não o Rio. O que eu disse a Temer é que os Jogos Olímpicos vão fortalecer as vocações do Rio, com mais eventos, mais turistas, investimentos em audiovisual, na indústria criativa, consolidação dos investimentos em hotéis”, disse Picciani nesta quarta-feira, 27.

O encontro de Picciani com Temer foi um almoço na segunda-feira, 25. Não teriam sido cogitados nomes, e Temer apenas ouviu o presidente do PMDB no Rio, sem assumir compromissos de cargos.

“Enquanto muitos pensam em ministérios da Saúde, das Cidades, da Educação, que têm muitos recursos, acho que, em políticas públicas, o Rio pode contribuir com Esporte e Turismo. Ele não acenou com nada, apenas me ouviu”, argumentou o também presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio.

O presidente do PMDB do Rio de Janeiro, Jorge Picciani Foto: Marcos Arcoverde/Estadão

Segundo Picciani, Temer disse que não está se precipitando ao conversar com possíveis colaboradores de um futuro governo, embora o processo de impeachment ainda esteja em curso no Senado. O vice lembrou que pode ter de assumir a Presidência de uma hora para outra. Caso a maioria dos senadores aprove a continuidade do processo, a presidente terá que se afastar por 180 dias e Temer assume imediatamente. “Se ele conversa com pessoas, discute sugestões, parece açodado e precipitado. Mas como vai se apresentar no dia seguinte (se a decisão do Senador for pela continuidade do processo)?”, disse Picciani.

Outra preocupação do vice-presidente é a formação de uma base parlamentar “sólida”, segundo o dirigente peemedebista. “É preciso mostrar maioria, com seis ou sete partidos, além do DEM e do PSDB. Não é uma equação simples, mas é importante que estejam PTB, PP, PSD, PR, PSC e outros”, afirmou.

O presidente do PMDB no Rio disse não ter expectativa de que um possível governo de Michel Temer saia em socorro do Rio de Janeiro, que enfrenta grave crise econômica, com queda de arrecadação, salários de servidores atrasados e cortes de gastos inclusive em áreas essenciais como saúde, educação e segurança.

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“A solução é trazer recursos da iniciativa privada. Se pensarem que uma ajuda para o Rio vai cair do céu, o Rio continuará nesta situação desastrosa. O Estado precisa de uma reforma administrativa profunda, corte de cargos comissionados, uma lei de responsabilidade fiscal estadual. É preciso parar de sonhar. Não vou bater na porta e pedir dinheiro de mão beijada para o Rio”, disse.