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PGR se apressa para pedir extradição de Pizzolato

Órgão espera concluir tradução da parte do processo do mensalão que envolve o ex-diretor do Banco do Brasil na próxima semana

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Por Andreza Matais
Atualização:

A Procuradoria-Geral da República (PGR) prevê concluir na próxima semana a tradução do português para o italiano de 70 páginas do processo do mensalão referentes ao ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato. Esse será o primeiro passo para dar início ao pedido de extradição do petista, condenado por envolvimento no esquema. O governo brasileiro tem até o dia 15 de março para remeter à Itália solicitação para que ele cumpra pena no Brasil. O prazo começou a contar no dia 5 de fevereiro.Pizzolato estava foragido até a semana passada, quando foi preso em Maranello, na casa de um sobrinho. Ele deixou o Brasil após ser condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a pena de 12 anos e 7 meses de prisão em regime fechado. Com dupla cidadania, Pizzolato tenta escapar da punição pedindo um novo julgamento na Itália.O Secretário Nacional de Justiça, Paulo Abrão, afirmou ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, que o tratado de extradição entre Brasil e Itália prevê que todo o processo, de oito mil páginas, seja enviado aquele país, traduzido, mas nada impede que a Itália atenda a um pedido do Brasil para encaminhar o restante da documentação posteriomente, devido ao prazo exíguo para a realização da tarefa."Isso é uma praxe. Pode ser que, eventualmente, se não conseguirmos traduzir a tempo essas mais de oito mil páginas, se encaminhe parcialmente e se solicite que a Itália aceite isso. Mas ficará no âmbito decisório da Itália", afirmou Abrão. Os documentos são traduzidos por uma empresa contratada pela PGR. O custo da tradução ainda não foi calculado, mas se forem mesmo 70 páginas, o trabalho sairá por R$ 3.640,00.Após a tradução do processo, a PGR encaminhará ao STF o pedido de extradição que, por sua vez, o remeterá ao Ministério da Justiça. Caso concorde, a demanda é enviada ao Ministério das Relações Exteriores, que remete ao seu similar na Itália e, enfim, à Justiça italiana. "Temos uma corrida contra o tempo. O ministro José Eduardo Cardozo nos orientou a agir com total celeridade. Por isso que em menos de 24 horas a gente já havia comunicado ao STF o aviso ministerial para que a Corte pudesse formalizar o pedido de extradição. Houve um entendimento do STF de que essa iniciativa sairia da PGR, o que está sendo feito", afirmou Abrão.

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