PF vai investigar suposta propina paga à Petrobrás em contrato com holandesa

Após Câmara dos Deputados criar comissão para acompanhar investigações na Holanda, PF abre inquérito sobre suposto pagamento de propina em contrato da Petrobrás com a SBM Offshore

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Por Andreza Matais
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BRASÍLIA - A Polícia Federal abriu na última terça-feira, 11, dois inquéritos para investigar suposto pagamento de propina à Petrobrás e envio irregular de dinheiro ao exterior pela estatal no contrato com a empresa holandesa SBM Offshore e a compra de uma refinaria em Pasadena, no Texas (EUA).

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As investigações serão feitas pela Polícia Federal em Brasília em parceira com o procurador do Ministério Público Federal Orlando Espíndola, que já investiga a compra da refinaria.

Embora a denúncia sobre o contrato com a empresa holandesa seja conhecida desde 18 de outubro de 2013, a PF instaurou o inquérito somente nesta semana, após a Câmara dos Deputados decidir criar uma comissão externa para acompanhar as investigações na Holanda. A comissão da Câmara deve ser controlada pelo PMDB, segundo maior partido da base aliada ao governo, que está rebelado por não ter seus interesses atendidos pelo Planalto. Ao entrar no caso, a PF, subordinada ao Ministério da Justiça, também terá acesso aos dados da investigação. A informação sobre a abertura dos inquéritos foi divulgada na edição de hoje do jornal Folha de S.Paulo.

O inquérito sobre Pasadena também só foi aberto pela PF após investigações do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre o assunto. O inquérito terá como base documentos do TCU. No caso da empresa holandesa, o inquérito será baseado em informações divulgadas pela imprensa que repercutiram denúncia de um ex-funcionário da SBM, divulgada no site Wikipedia, de que funcionários da Petrobrás receberam dinheiro para fechar negócios com a empresa que aluga navios-plataforma.

A Petrobrás não se manifesta sobre os inquéritos.

Denúncia. Em meados de fevereiro, reportagem do Estado mostrou que uma denúncia de um ex-funcionário da SBM Offshore, empresa holandesa que aluga navios-plataforma (FPSOs) a petroleiras, sugeria que funcionários da Petrobrás recebiam propina para fechar negócios. Segundo o Ministério Público da Holanda, depoimento do ex-funcionário, publicado na internet, faz parte de investigação no país. O relatório acusa a SBM de pagar US$ 250 milhões em propinas a autoridades de governos e de estatais de vários países, incluindo o Brasil. O esquema brasileiro ficaria com a maior parte, envolvendo US$ 139,2 milhões, destinados a funcionários e intermediários.

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