Patrimônio histórico de Brasília amanhece depredado após dia de protesto
Parte do centro de Brasília tem fachada de exemplares quebrada e pichada, como a Catedral Metropolitana da Cidade
Por Leonencio Nossa
Atualização:
BRASÍLIA - No dia seguinte ao protesto contra as políticas de ajuste fiscal e de reforma do ensino médio propostas pelo governo Michel Temer, alguns exemplares da Esplanada dos Ministérios amanheceram nesta quarta-feira, 30, com as marcas depredação. Patrimônio Histórico da Humanidade, a área central da cidade viveu cenas incomuns em tradicionais protestos políticos, com pichações e até queima de carros.
A última vez que a capital havia vivido cenas de destruição foi 30 anos atrás, quando, em novembro de 1986, sindicatos promoveram o chamado Badernaço, um ato contra o Plano Cruzado II, do governo Sarney, que resultou em ônibus e carros de polícia virados na Esplanada e na Rodoviária do Plano Piloto.
Protesto contra PEC do Teto tem confronto em Brasília
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Protesto contra PEC do Teto tem confronto em Brasília
Protesto contra a votação da PEC do Teto, a Medida Provisória que reforma o Ensino Médio e mudanças no pacote anticorrupção tem confusãona Esplanada d... Foto: Dida Sampaio/EstadãoMais
Protesto contra PEC do Teto tem confronto em Brasília
O Senado Federal deve apreciar nesta terçaa PEC do Teto, que limita os gatos públicos para os próximos 20 anos. Foto: Dida Sampaio/Estadão
Protesto contra PEC do Teto tem confronto em Brasília
Após um carro ser tombado próximo ao gramado do Congresso Nacional, a Polícia começou a disparar bombas contra os manifestantes. Foto: Wilson Dias/Agência Brasil
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As manifestações preocupam o Palácio do Planalto, que teme que o episódio de hoje possa inflar os atos que estão sendo convocadosem São Paulo. Foto: Wilson Dias/Agência Brasil
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Mais de 10 mil pessoas participam da manifestação, de acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal. Foto: Dida Sampaio/Estadão
Protesto contra PEC do Teto tem confronto em Brasília
Houve quebradeira dos edifícios públicos na Esplanada e equipamentos urbanos, como paradas de ônibus e lixeiras. Foto: Dida Sampaio/Estadão
Protesto contra PEC do Teto tem confronto em Brasília
Participaram da manifestação na Esplanada dos Ministérios estudantes, representantes da CUT, MST, organizações ligadas a universidades e grupos indíge... Foto: Dida Sampaio/EstadãoMais
Protesto contra PEC do Teto tem confronto em Brasília
Para dispersar os manifestantes, que chegaram a lançar coquetéis motolov e a virar carros, a Polícia começou a disparar bombas de efeito moral e gás l... Foto: Dida Sampaio/EstadãoMais
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Para dispersar os manifestantes, que chegaram a lançar coquetéis motolov e a virar carros, a Polícia começou a disparar bombas de efeito moral e gás l... Foto: Dida Sampaio/EstadãoMais
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Para dispersar os manifestantes, que chegaram a lançar coquetéis motolov e a virar carros, a Polícia começou a disparar bombas de efeito moral e gás l... Foto: Dida Sampaio/EstadãoMais
Protesto contra PEC do Teto tem confronto em Brasília
O protesto começou às 16h, e manifestantes reclamaram da truculência da Polícia. Foto: Dida Sampaio/Estadão
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Estudantes fizeram barricadas com fogo em frente à Catedral e ao Ministério da Educação. Foto: Dida Sampaio/Estadão
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Após a confusão no gramado da Esplanada, um grupo de deputados e senadores chegou a deixar o Congresso para acompanhar a manifestação. Foto: Dida Sampaio/Estadão
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A estrela de aço com os pontos cardeais não foi poupada, assim como as placas de referências da catedral e dos Ministérios, postes de radares de velocidade e as luminárias cenográficas em frente aos pés de jatobás no Comando da Aeronáutica. A Biblioteca Nacional e o Museu da República receberam frases como "Fora Temer", "polícia assassina" e "governo golpista".
Nem Paulo Freire (1921-1997) resistiu às depredações durante o ato contra as medidas do governo. O painel com o retrato do educador, em frente ao Ministério da Educação, foi manchado de tinta.
A principal construção religiosa de Brasília foi um dos prédios mais pichados. Na cúpula e no anexo da catedral, pichadores deixaram gravadas as siglas das universidades federais de Goiás, Rural do Rio de Janeiro, Mato Grosso, Espírito Santo, Viçosa (MG), Ouro Preto (MG), Paraíba e Paraná, além da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais.
Autoria. Nesta quarta-feira, 30 de novembro, lideranças das frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo avaliaram que as depredações foram praticadas por black blocs e anarquistas, estimulados por "infiltrados". Agentes de segurança lotados nos Ministérios da Educação e dos Transportes, dois locais que tiveram vidraças quebradas, observaram que militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e da União Nacional dos Estudantes (UNE) - dois dos principais organizadores do protesto - não têm por tática incendiar carros destruir placas ou fazer pichações.
A Polícia Militar do Distrito Federal, por sua vez, limitou-se a divulgar uma relação dos bens públicos destruídos.
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O MST divulgou nota para repudiar a prisão do militante Bruno Maciel, coordenador da regional do movimento. Ele foi preso pela polícia legislativa do Senado quando, segundo a nota, tentava retirar pessoas de uma área atingida por bombas. Uma comissão formada por Dom Leonardo, da Conferência dos Bispos do Brasil (CNBB) esteve nesta quarta no Departamento de Polícia Especializada para visitá-lo.