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Pasta de 'Cabralzinho' ganha programa de R$ 70 milhões

Por Wilson Tosta
Atualização:

Herdeiro político do pai, ex-governador Sérgio Cabral Filho (PMDB), o novo secretário de Esporte, Lazer e Juventude do Rio, Marco Antônio Cabral, teve turbinados, pelo governador Luiz Fernando Pezão (PMDB), o poder e o orçamento da secretaria que assumiu. Aos 23 anos, o jovem Cabral ganhou o comando do programa Caminho Melhor Jovem, que até o fim de 2014 era gerido pela Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos. O projeto tem orçados, para este ano, R$ 69.768.126. Dessa quantia, R$ 68,5 milhões são de um empréstimo do Banco Interamericano de Desenvolvimento, e R$ 1,2 milhão, do Tesouro estadual. A transferência do programa, no início do mandato, indica que a secretaria comandada pelo filho do ex-governador ganhará peso em relação a seu passado recente. A iniciativa tem foco em jovens de 15 a 29 anos, moradores de áreas que foram dominadas pelo tráfico. Alguns desses territórios, como o Complexo do Alemão e a Rocinha, vivem um processo de disputa entre a Polícia Militar e traficantes. O programa das Unidades de Polícia Pacificadora foi um dos pilares da gestão do governador Cabral. Ajudou a reelegê-lo em 2010. A secretaria de Cabral também recebeu da Assistência Social o programa dos Centros de Referência da Juventude. É focado em jovens em situação de risco social. Seu orçamento, contudo, ainda não foi repassado, segundo assessores da pasta. Para assumir a secretaria, Marco Antônio terá de se licenciar do mandato da Câmara dos Deputados. Ele foi eleito em outubro, pelo PMDB, pela primeira vez, com 119.584 votos. Sua campanha custou R$ 6,7 milhões, a mais cara do Rio para deputado federal. Fez dobradinha com o petista André Ceciliano, quando o PT tinha o senador Lindbergh Farias como candidato de oposição ao governador Luiz Fernando Pezão. Com o curso de direito na PUC-RJ, concluído em 2014, Marco Antônio Cabral entrou na política pelo movimento estudantil enquanto secundarista. Foi presidente estadual da Juventude do PMDB. Também foi lotado, discretamente, durante um ano, na prefeitura do Rio, comandada pelo aliado do pai e prefeito, Eduardo Paes (PMDB). Segundo seu perfil no site da secretaria, passou "por quatro áreas de gestão pública" na Secretaria da Casa Civil. DNAO ex-governador começou a carreira de forma semelhante. Militante estudantil, foi da Juventude do PMDB e militou na campanha de Tancredo Neves à Presidência em 1984. Em 1987, ganhou seu primeiro cargo público. Desde que renunciou ao mandato, em abril de 2014, em meio a uma crise de popularidade aberta pelas manifestações de 2013 e pelos excessos da PM em reprimi-las, o ex-governador tem evitado entrevistas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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