Brasília - Um grupo de parlamentares de partidos que não integram a base aliada ao Planalto visitou nesta quarta-feira, 18, pela manhã o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para manifestar apoio ao trabalho feito pelo Ministério Público Federal no âmbito da Operação Lava Jato. Após o encontro, os políticos disseram que o procurador se declarou pronto para enfrentar “qualquer tipo de pressão” durante as investigações.
“Encontramos uma fortaleza. Não está abalado sob nenhum tipo de pressão”, disse o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP). O PSOL entregou ao procurador uma carta de solidariedade ao trabalho da Procuradoria, pedindo ainda celeridade nas investigações.
O senador do PSB João Capiberibe disse que Janot assegurou aos parlamentares que a apuração do caso é “técnica e absolutamente isenta”.
Desde que encaminhou ao Supremo Tribunal Federal (STF) pedidos de investigação para apurar o envolvimento de autoridades no esquema de corrupção na Petrobrás, Janot tem sofrido ataques por parte de políticos investigados. O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), chegou a acusar o procurador de adotar critério político nas investigações. Durante a sessão da CPI da Petrobrás em que fez as críticas, Cunha recebeu elogios por praticamente todos os partidos, inclusive aqueles que têm parlamentares entre os investigados pela procuradoria.
A intenção da visita a Janot foi sinalizar que nem todos os parlamentares endossam o coro de críticas ao Ministério Público. O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) disse, ao sair, que o grupo “repudia” tentativas de inibir as investigações em curso. “O que aparece o tempo todo é: ‘Congresso reage, beija-mão a um dos investigados, alteração legislativa de regras para escolha do procurador-geral’. Nós repelimos isso”, afirmou o deputado.
Segundo os parlamentares, Janot afirmou que a opção por pedir abertura de investigações e não oferecer denúncia diretamente nos casos envolvendo políticos foi questão de cautela.