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Parlamentares atuam em três frentes para tentar criar CPI da Petrobrás

Grupo capitaneado pelo pré-candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, tenta recolher assinaturas na Câmara e no Senado para investigar estatal

Por Débora Alvares e DÉBORA BERGAMASCO E RICARDO BRITO
Atualização:

Brasília - Os parlamentares a favor da criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a compra da refinaria em Pasadena, no Texas (EUA) pela Petrobrás decidiram nesta terça-feira, 25, trabalhar em três frentes para tentar recolher a quantidade necessária de assinaturas para instalar a CPI. Encabeçados pelo presidente do PSDB e pré-candidato tucano à Presidência da República, Aécio Neves (MG), o grupo se diz confiante que conseguirá apoio de pelo menos 27 senadores e, pelo menos, 171 deputados.

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Com preferência por uma comissão mista, os parlamentares esperam conseguir até mesmo 28 assinaturas de senadores e então começar a coleta entre os deputados. Outro caminho seria optar por uma CPI apenas na Câmara. No entanto, os outros 12 requerimentos de pedidos de criação de CPIs que aguardam na fila atrasariam o início das investigações. Outra opção vislumbrada é fazer uma CPI apenas no Senado. Isso contudo é menos provável devido à abrangência do governo na Casa.

Entre as assinaturas esperadas no Senado está do líder do PSB, Rodrigo Rollemberg (DF). Ele disse que a bancada do partido ainda não se reuniu para decidir se todos eles vão apoiar a investigação parlamentar, mas os entusiastas da CPI contam com as assinaturas dos 4 senadores da legenda. "Eu vou assinar a CPI porque quero esclarecer por todos os meios um assunto de tamanha gravidade que atingiu a Petrobrás, um patrimônio de todos os brasileiros", afirmou Rollemberg. Também são senadores do PSB Lídice da Mata (BA), Antonio Carlos Valadares (SE) e João Capiberibe (AP).

Questionado sobre a possibilidade de uma futura CPI acabar frustrada, o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), idealizador da reunião desta tarde, disse que quem corre esse risco é o governo. "A resposta do PSDB é essa. Estamos propondo uma CPI e o Fernando Henrique Cardoso resolveu apoiar para que não haja nenhuma dúvida", afirmou ao responder sobre um possível temor de que as investigações acabem descobrindo algo que tenha ocorrido na gestão FHC.

Base aliada. Lista obtida pelo Estado mostra que a oposição conta com o apoio de senadores de sete partidos da base aliada da presidente Dilma Rousseff para a criação da CPI. Estão na lista, senadores independentes ou que têm relações próximas com a oposição em suas bases parlamentares. Para abrir a CPI, é necessário ter, no mínimo, 27 assinaturas no Senado.

Os sete nomes que a oposição conta como certos são: Cristovam Buarque (PDT-DF), Pedro Taques (PDT-MT), Zezé Perrella (PDT-MG), Jarbas Vasconcellos (PMDB-PE), Pedro Simon (PMDB-RS), Ricardo Ferraço (PMDB-ES) e Ana Amélia (PP-RS). Estão na conta também os 11 senadores do PSDB de Aécio Neves, quatro do PSB de Eduardo Campos, quatro do DEM, um do Solidariedade e Randolfe Rodrigues, que disputará a presidência pelo PSOL.

Foi este o cálculo que deixou a oposição otimista com a possibilidade de levar adiante a investigação. Na reunião, os senadores conversaram ainda que, se a CPI for um fato consumado, será possível alcançar ainda outros três apoios na base: Roberto Requião (PMDB-PR), Luiz Henrique (PMDB-SC) e Vital do Rêgo (PMDB-PB).

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O Estado revelou, semana passada, que Dilma, na época ministra da Casa Civil e presidente do Conselho de Administração da Petrobrás, votou a favor da transação com base em um resumo que ela própria classificou como "falho" e "incompleto". Na manhã desta terça, um grupo de senadores "independentes" protocolou na Procuradoria-Geral da República (PGR) um pedido de investigação contra a presidente Dilma por ter concordado com a operação.

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