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Para Tasso, Lula quer criar grandes multinacionais brasileiras

Senador disse notar diferença na política econômica do presidente entre mandatos

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente nacional do PSDB, senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), disse nesta sexta-feira que notou uma diferença grande, em relação à condução da economia, entre os primeiros meses do segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os quatro anos do primeiro. Ele usou como exemplo o que identificou como clara intenção do governo de criar grandes multinacionais brasileiras, através da participação estatal no capital das empresas ou por incentivos. "Um exemplo é a questão das companhias aéreas. É evidente que o governo está estimulando o duopólio das companhias" disse o senador, ressaltando que não vê "nada de ilegal" nessa postura do governo. Em outro evento, o senador pontuou a diferença de visão do atual governo em relação à Petrobras com a do governo Fernando Henrique. "Nós queríamos estimular a concorrência para a Petrobras. O governo é claramente pelo monopólio. Mesmo que isso signifique ineficiência, que não é uma preocupação do atual governo", disse. As declarações do senador foram feitas em palestra, ao participar de uma mesa redonda sobre governança de agências reguladoras. Também participa o senador Delcídio Amaral (PT-MS), alvo das brincadeiras de Tasso por ter idéias mais parecidas com as dos tucanos. Tasso encontrou-se na quinta-feira à noite com o presidente Lula em Brasília, mas ainda não conversou com os jornalistas nesta manhã sobre o assunto. No evento, durante sua palestra, o senador tucano fez pesadas críticas à indicação de dirigentes para as agências reguladoras no governo petista. Ele se queixou da nomeação de pessoas despreparadas para tratar de temas específicos, e deu a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) como exemplo. "Se olhássemos alguns nomes da Anac, ninguém aqui andava de avião, e não é por causa do apagão aéreo", afirmou o senador, arrancando risos da platéia. Ele disse ter tentado criticar a indicação de uma pessoa para a agência, mas não citou o nome ou o cargo. "A única coisa que ele entendia era viajar de avião, e dormindo", disse.

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