Para ministro, vaias a Dilma eram contra 'qualquer autoridade'

Gilberto Carvalho justifica coro negativo dirigido à presidente na abertura da Copa e diz que ocorreria com quem estivesse ali

Por Tania Monteiro
Atualização:
Dilma durante a abertura da Copa do Mundo, em São Paulo Foto: JF Diório/Estadão

Brasília - O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, justificou as vaias e xingamentos à presidente Dilma Rousseff, durante abertura da Copa do Mundo, na Arena Corinthians, nessa quinta-feira, 12, alegando que a reação era dirigida a "qualquer autoridade" e não especificamente contra a presidente.

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Em entrevista, na noite dessa quinta, ao programa Diálogos, com Mario Sérgio Conti, na Globonews, Carvalho afirmou que o gesto de parte da torcida era "mais uma manifestação contra qualquer autoridade que ali estivesse naquele momento, qualquer pessoa que representasse autoridade do País".

Por três vezes, parte dos torcedores um coro ofensivo à presidente. A primeira após ela chegar ao estádio, a segunda depois da execução do hino nacional e a terceira no finalzinho do jogo. Após a partida, assessores da presidente em Brasília afirmaram que a hostilidade contra ela no estádio já era esperada mas que a agressividade surpreendeu.  

Para o ministro Gilberto Carvalho, as manifestações que ocorreram nas ruas de diversas cidades ainda eram relacionados aos protestos de junho do ano passado, "em evidente contestação de qualquer padrão de autoridade". E emendou: "Ali, tem de um lado um aspecto positivo de insurgências contra injustiças. São reclames pedindo serviços públicos de qualidade, mas de outro, junto com isso, há uma carga, com certa pregação ideológica, de raiva, de demarcação de posições, que leva a um processo que me preocupa muito, uma espécie de divisão do País".

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