Juíza marca audiência com Eike para 2 de outubro

Empresário é acusado de crime de manipulação de mercado e uso de informações privilegiadas em negociação com ações da OSX

Por Mariana Sallowicz
Atualização:

RIO – A juíza federal Rosália Monteiro Figueira, da 3.ª Vara Federal Criminal do Rio, marcou para 2 de outubro uma nova audiência do processo em que o empresário Eike Batista é acusado dos crimes de manipulação de mercado e uso de informações privilegiadas (insider trading) na negociação de ações da empresa de construção naval do grupo, a OSX. Nesta segunda-feira, 8, foram ouvidas três testemunhas no processo, uma de acusação e duas de defesa.

O empresário Eike Batista Foto: Fábio Motta|Estadão

PUBLICIDADE

A magistrada não permitiu que a imprensa acompanhasse a audiência. Ao final dela, o procurador Paulo Henrique Ferreira Brito afirmou que restou “clara a prática de insider trading” pelo empresário. “Ele vendeu ações tendo certeza que seria divulgada posteriormente uma notícia negativa da companhia”, afirmou.

O fundador da EBX é acusado de tentar se proteger da desvalorização de ações da OSX, em prejuízo de acionistas. Em operações realizadas em 19 abril de 2013, Eike vendeu quase 10 milhões de papéis da OSX, cotados a R$ 3,40, em uma transação de R$ 33,7 milhões.

O advogado de Eike, Fernando Martins, afirmou que serão ouvidas na próxima audiência novas testemunhas de defesa. Sobre a audiência desta segunda, afirmou apenas que foi uma “oitiva de testemunhas”. Eike está em prisão domiciliar por causa de outro processo em que é réu.

O empresário foi detido no início do ano na Operação Eficiência, desdobramento da Calicute. O fundador do grupo X foi indiciado por corrupção ativa, lavagem de dinheiro e pertencimento a organização criminosa. Ele teria pago US$ 16,5 milhões em propina ao esquema liderado pelo ex-governador do Rio Sérgio Cabral para ter benefícios em seus negócios. Além disso, teria pago R$ 1 milhão em propina a Cabral, através de contrato fraudulento com o escritório de advocacia da mulher do peemedebista Adriana Ancelmo.

Eike é réu ainda em outro processo na 3.ª Vara Federal Criminal relativo a suas atuações na petroleira OGX. Nesta terça-feira, 9, será realizada uma audiência desse processo.

Correções

O título anterior desta reportagem dizia que, "para juíza, Eike manipulou mercado com informações privilegiadas". Essa afirmação foi feita pelo procurador Paulo Henrique Ferreira Brito, e não pela magistrada Rosália Monteiro Figueira.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.