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Para Gilmar Mendes, mensalão é 'pequenas causas' frente à Lava Jato

Ministro do Supremo comparou valores desviados descobertos na operação da PF com escândalo julgado pela Corte recentemente

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Por Redação
Atualização:

Atualizado às 22h42

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Brasília - O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, comparou nesta quinta-feira, 20, as investigações na Operação Lava Jato ao processo do mensalão. Citando os valores envolvidos nos dois casos, o ministro afirmou que "agora, a ação penal 470 (a do mensalão) teria de ser julgada em juizado de pequenas causas, pelo volume que está sendo revelado" na Lava Jato. "Nós falávamos que estávamos a julgar o maior caso, pelo menos de corrupção investigado, identificado. Mas nós falávamos de R$ 170 milhões", disse, sobre o mensalão.

Ao comentar a Lava Jato, o ministro observou que é um caso de proporções maiores. "Estamos a ver que esse dinheiro está sendo patrimonializado. Quando vemos uma figura secundária que se propõe a devolver US$ 100 milhões, já estamos em um outro universo, em outra galáxia", afirmou, referindo-se ao ex-gerente executivo da Diretoria de Serviços da Petrobrás Pedro Barusco, que fechou acordo de delação premiada em que se compromete a devolver o valor citado por Mendes.

O ministro também avaliou como "lamentável" que o esquema revelado pela Lava Jato já estivesse em operação durante o julgamento do mensalão, em 2012. "Nem o julgamento do mensalão e nem as penas que foram aplicadas tiveram qualquer efeito inibitório. Mostra que é uma práxis que compõe a forma de atuar, de gerir, administrar."

Sem pressão. Ontem, durante a Conferência Nacional de Educação (Conae), em Brasília, a presidente Dilma Rousseff afirmou que a Polícia Federal e o Ministério Público estão trabalhando na apuração do esquema de corrupção da Petrobrás sem "qualquer tipo de pressão do governo para inibir as investigações". "O Brasil sairá muito mais forte desse processo. Mais forte ainda por respeitar as regras do Estado de direito em que vivemos." / BEATRIZ BULLA, RAFAEL MORAES MOURA e TÂNIA MONTEIRO

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