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Para Dilma, Serra demoniza Bolívia

Petista critica declarações do adversário tucano e enfatiza que 'não se faz isso em relações internacionais, não é papel de um estadista'

Por GRAMADO
Atualização:

A pré-candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, criticou o que qualificou como "demonização" o que seu concorrente José Serra (PSDB) fez da Bolívia ao acusar o governo daquele país de cumplicidade com o tráfico de drogas para o Brasil.

 

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"Não é possível de forma atabalhoada a gente sair dizendo que um governo é isso ou aquilo, não se faz isso em relações internacionais, não é papel de um estadista, de quem quer ser um estadista", afirmou ontem a petista em entrevista coletiva em Gramado, onde participou do 26.° Congresso Nacional de Secretarias Municipais de Saúde. Dilma esteve no evento entre 11h e 14h e não encontrou o adversário tucano, que chegou ao local após a saída da petista.

 

A presidenciável defendeu a construção de um padrão diferente de relacionamento na América Latina. "Não acho que esse tipo de padrão em que você sai acusando outro governo seja uma coisa construtiva", disse. "Acho que a gente tem que ter cautela, prudência, tem que saber que são relações delicadas, que envolvem soberanias."

 

Além de abordar a polêmica a pedido dos repórteres, Dilma tratou do assunto indiretamente em sua palestra. "Provamos que o Brasil pode ser protagonista sem atitudes imperialistas, sem jamais esquecer que na América Latina estão nossos parceiros e é nossa região", afirmou.

 

"Não podemos desprezar e nem olhar com soberba para aqueles que são diferentes de nós. Essa é a política que leva à guerra, ao conflito, ao desprezo por populações diferentes."

 

Emenda 29

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Em sua passagem por Gramado, Dilma também acenou com a regulamentação da Emenda Constitucional 29, principal reivindicação da maioria dos 2,5 mil inscritos no evento. A emenda está em vigor há dez anos e estabelece que os Estados devem destinar 12% e os municípios 15% de suas receitas para a área da saúde.

 

As prefeituras querem que a regulamentação, emperrada, atribua vinculações também à União, de 10% do orçamento, e defina o que é e o que não é gasto com saúde. Enquanto isso não estiver claro, há Estados que computam investimentos em saneamento e despesas com previdência, entre outros, para atingir seus 12%.

 

Dilma considerou a regulamentação "imprescindível" e lembrou que já havia dito isso aos participantes da recente Marcha dos Prefeitos, em Brasília. "Não vou fazer demagogia e dizer que é possível regulamentar sem que haja receita permanente para a adoção desse requisito", disse. "O País mudou, está crescendo e estamos vendo que vamos gerar mais arrecadação sem aumentar impostos."

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