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Para amenizar crise com Marta, ministro afirma que ela 'saiu faz tempo do governo'

Miguel Rossetto (Secretaria Geral da Presidência) procura esvaziar críticas de senadora ao PT e trata episódio como 'superado'

Por Tania Monteiro e Rafael Moraes Moura
Atualização:

Na tentativa de estacar a repercussão da entrevista da senadora Marta Suplicy (PT-SP) ao Estado, na qual a petista destilou críticas ao governo e ao PT, o ministro-chefe da Secretaria Geral, Miguel Rossetto, disse nesta terça-feira, 13, que "o tema está superado a partir da qualidade e da representatividade" dos ministros que participaram da posse do novo titular da Cultura, Juca Ferreira, na segunda-feira. Diante dos questionamentos dos jornalistas sobre as declarações da ex-ministra da Cultura, Rossetto desconversou: "A Marta saiu faz tempo do governo".

Marta deixou o cargo em 11 de novembro, e já naquela ocasião teceu críticas à condução da política econômica do governo, em carta divulgada pela internet. No domingo, em entrevista publicada pelo Estado, a senadora fez ataques mais duros, ao afirmar que "ou o PT muda ou acaba" e chamar o presidente do PT, Rui Falcão, de "traidor" e o ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil) de "inimigo" - para Marta, ele atua para ser candidato à sucessão de Dilma em 2018, embora negue isso publicamente. A parlamentar ainda criticou a gestão de Juca, que foi titular da Cultura de 2008 a 2010, e disse ter tomado à frente do movimento "Volta, Lula", que defendia a candidatura do ex-presidente ao Planalto em 2014 no lugar de Dilma, por sentir que "ele sempre quis ser candidato".

O ministro do Trabalhoe Previdência Social, Miguel Rossetto (PT-RS) Foto: Ed Ferreira/Estadão - 06.01.2015

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As declarações de Rossetto reafirmam a estratégia montada pelo Planalto para esvaziar as críticas de Marta. Por ordem de Dilma, ministros próximos à presidente prestigiaram a posse de Juca e procuraram demonstrar unidade no governo. Estavam na solenidade, na manhã de segunda-feira, Mercadante, Rossetto e Carlos Gabas (Previdência), entre outros, num total de 11 ministros. Na entrevista desta terça-feira, o titular da Secretaria-Geral aproveitou para elogiar Juca Ferreira. "Estamos entusiasmados com a capacidade de trabalho dele."

Questionado se concordava com Marta que o PT precisa mudar, Rossetto respondeu: "O PT vive e busca atualização permanente e aprendeu com seus erros e acertos". Depois, argumentou que o partido "é vitorioso", porque elegeu a presidente da República, governadores, a maior bancada na Câmara e a segunda maior no Senado. No entanto, o PT perdeu o governo do Rio Grande do Sul e ficou em terceiro lugar na disputa paulista, o que não ocorria desde 1998.

Para o ministro, "é cedo" para começar a discutir a sucessão de Dilma em 2018. "O PT está apoiando Dilma, seu mandato. Acabamos de sair da eleição. Estamos 150% comprometidos com o governo que está se iniciando. É cedo falar nisso (sucessão em 2018) agora", afirmou.

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