Graduada em Direito, Simone Rivellis, de 30 anos, até tentou trilhar a profissão de advogada, mas as dificuldades de ascender na área a fizeram desistir. Para obter êxito, diz, teria de trabalhar mais de uma década.
Doar-se a escritórios e clientes, lidar com a falta de tempo e, o pior, abandonar projetos pessoais, como ter uma família, foram determinantes para que a moradora de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, fosse em busca de um sonho profissional mais estável: a carreira pública.
Seguindo o exemplo da irmã, uma juíza, e incentivada pelos pais, Simone tenta ingressar na Justiça do Trabalho, que é federal. O rendimento seduz e a estabilidade tem peso na decisão. “Se eu advogasse, a longo prazo, ganharia muito bem. Porém, eu sinto que tenho vocação”, diz.
Há três anos e meio ela se dedica, exclusivamente, aos estudos. Já frequentou curso preparatório, mas hoje estuda sozinha – cerca de sete horas diárias. “Tem gente que leva mais de uma década para ser aprovada. Agora que a União cortou o orçamento dos Tribunais do Trabalho, não vão mais nomear servidores, juízes. Mas o sonho não acaba.”