PUBLICIDADE

'Nunca vi tanto dinheiro', diz Janot sobre Operação Lava Jato

Segundo procurador-geral, esquema de lavagem de dinheiro suspeito de movimentar R$ 10 bilhões envolve 'destinos e destinatários' diversos

PUBLICIDADE

Por Erich Decat
Atualização:

Brasília - O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou nesta sexta-feira que o esquema de lavagem de dinheiro investigado pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal, envolve vários "destinos e destinatários" e teria movimentado uma quantia de recursos que ele nunca viu na vida.

PUBLICIDADE

A Lava Jato foi desencadeada em março, quando 24 pessoas foram presas, entre elas o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor da Petrobrás Paulo Roberto Costa. A PF, que suspeita que o esquema tenha movimentado R$ 10 bilhões, inidicou 46 investigados.

"O que eu posso dizer é que é um esquema enorme de lavagem de dinheiro. E esse dinheiro era utilizado em mais de uma utilidade. Então, tem campanha, corrupção, enfim. São vários os destinatários e destinos dessas importâncias", afirmou Janot. A polícia citou parlamentares na investigação como destinatários de valores repassados pelo grupo de Youssef.

Segundo procurador-geral, dinheiro era utilizado em mais de uma utilidade. "Tem campanha, corrupção, enfim. São vários os destinatários e destinos dessas importâncias", declarou Foto: ED FERREIRA/Estadão

Questionado se o montante ultrapassaria as primeiras estimativas de desvios de R$ 10 bilhões, o procurador afirmou: "Está difícil fazer uma estimativa ainda, mas é muito dinheiro, nunca vi tanto dinheiro na minha vida".

O procurador não quis dar detalhes sobre as investigações, que corre em segredo de Justiça, mas afirmou que, assim que o processo estiver "maduro" para ser encaminhado à Justiça, revelará os nomes dos envolvidos.

Na lista deve constar a participação, por exemplo, de alguns congressistas. "A gente está atrás dessas pessoas [parlamentares] e assim que tivermos condição de revelar os nomes, revelaremos". Segundo Janot, o fato de nos próximos meses o País passar por um período eleitoral não influenciará num possível adiamento da divulgação dos envolvidos.

"Esses fatos aconteceram todos antes do processo eleitoral. As investigações começaram antes do processo eleitoral. O que a gente não pode fazer é deixar de trabalhar em razão de um processo eleitoral. o que a gente não pode fazer, e não faremos, é fazer o uso político de uma investigação", afirmou. "Não vou revelar ou deixar de revelar nome para que eu deliberadamente interfira no processo eleitoral. Esses nomes serão revelados quando a investigação estiver madura para ir para juízo", acrescentou.

Publicidade

O procurador informou ainda que já está de posse dos dados fornecidos pelo governo da Suíça, que pode ter informações referentes a movimentações bancárias de Paulo Roberto Costa naquele país. No mês passado, o Ministério Público da Suíça bloqueou US$ 23 milhões depositados em contas atribuídas ao ex-diretor da estatal.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.