'No Enem, nota seria baixa'

Estudantes acompanham debate no ‘Estado’ e comentam desempenho de candidatos

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Por Gilberto Amendola
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  Foto: ESTADAO CONTEUDO

Alunos de dez escolas privadas da cidade de São Paulo, entre 16 e 17 anos, acompanharam o debate entre candidatos a prefeito no prédio do Estado. Temas como educação pública e Escola sem Partido captaram o interesse dos estudantes. “Tenho amigo em escola pública que diz não ter lugar para os alunos se sentarem em sala de aula, que o professor e só enfeite e que é um desânimo só. Nenhum candidato fala disso”, disse Fernando Barbeiro, 17, aluno do Monteiro Lobato.

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O tema da Escola Sem Partido foi abordado logo no primeiro bloco do debate. Segundo os estudantes, Major Olímpio (Solidariedade) e Celso Russomanno (PRB) não deixaram claras suas posições e não avançaram no debate que hoje permeia o mundo da educação. “O Major Olímpio é isso aí mesmo. Acho que ele só tem esse discurso. Não sai disso”, falou Bruno Picciarelli, 17, aluno do Liceu das Artes e Ofício.

Francesca Mariutti, 17, aluna do Rio Branco, observou que todos os candidatos tirariam nota baixa no Enem. “Nenhum deles se aprofunda nos temas, ficam falando ‘a gente vai fazer isso e aquilo’, mas não vão além”, disse.

Os estudantes também repararam em um velho truque usado por muitos participantes de debates. “Quando um candidato pergunta para o outro, ele está apenas levantando uma bola para a própria réplica, para falar do próprio plano de governo”, disse Letícia Mendonça, 16 anos, do colégio Santa Maria. “O que falta também é sinceridade. Na verdade, não parece que eles estão muito preocupados com isso”, comentou Vitória Gouveia, 17, do Porto União.

O embate aguerrido entre Fernando Haddad (PT) e Luiza Erundina (PSOL) criou grande celeuma entre os estudantes. Parte deles não conseguia entender por que dois candidatos do mesmo campo político estão se mostrando adversários tão venais. “Acho importante a Erundina marcar essa posição”, falou Larissa Almeida, 17 anos, do colégio Horizontes. A reação também foi de espanto quando o candidato João Doria (PSDB) insistiu em dizer que não era político. “Ele quer passar a ideia de que vai administrar São Paulo como se fosse uma empresa”, comentou Arthur Caruso, 18 anos, aluno do Arquidiocesano.