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'Nem na ditadura confundimos Copa com política', afirma Dilma

Para presidente, críticas à organização do Mundial são uma forma de atacar governo do PT através da 'desinformação'

Por Carla Araujo e Gabriela Lara
Atualização:

A presidente Dilma Rousseff aproveitou discurso durante evento promovido pelo PT do Rio Grande do Sul na noite de sexta-feira, 6, para voltar a defender a realização da Copa do Mundo no Brasil e se queixar de uma "campanha sistemática contra a Copa". "Mas ela, de fato, não é (uma campanha) contra a Copa do Mundo, é uma campanha sistemática contra nós", criticou.

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Dilma e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participaram em Porto Alegre de evento organizado pelo PT gaúcho em apoio à pré-candidatura de Tarso Genro à reeleição ao governo do Estado e do ex-governador Olívio Dutra ao Senado, ao lado dos aliados PC do B e PTB. Ela e o antecessor fizeram ato semelhante na sexta-feira passada, em Belo Horizonte, em apoio ao nome do ex-ministro Fernando Pimentel na disputa pelo governo de Minas Gerais.

Para Dilma, haveria uma campanha premeditada de desinformação no Brasil com o objetivo de tirar o PT do governo. “Se na eleição do presidente Lula (em 2002) a esperança venceu o medo, é a verdade que vai vencer toda quantidade de mentira e desinformação semeada pelo País. É importante que a verdade vença essa quantidade de mentiras para que o futuro possa vencer os que querem voltar ao passado”, afirmou. Poucos minutos depois de Lula ter criticado a política de comunicação do governo, Dilma disse que vai usar os canais disponíveis, inclusive os programas do horário eleitoral na TV, para disseminar informações positivas sobre o governo. “Vamos continuar mostrando todos os dias e usar inclusive nosso tempo de TV para mostrar tudo, tintim por tintim”, disse ela.

RS - ENCONTRO/PT/PORTO ALEGRE - ESPORTES - O governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (2º e/d), acompanhado da presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, participa do encontro estadual do PT, em Porto Alegre (RS), nesta sexta-feira. 06/06/2014 - Foto: CARLOS EDUARDO DE QUADROS /FOTOARENA/PAGOS Foto: CARLOS EDUARDO DE QUADROS /FOTOARENA

A presidente citou como exemplo de desinformação a Copa do Mundo. Dilma disse ter feito um levantamento segundo o qual o movimento de insatisfação contra o mundial da Fifa começou em 2011, bem antes das manifestações de junho de 2013, por meio de informações falsas. Dilma voltou a dizer que, quando estava presa na época da ditadura militar, torceu para a seleção brasileira. "Nem na ditadura confundimos Copa com política", afirmou.  A presidente também rebateu críticas de que o governo teria tirado recursos da educação e da saúde para que as arenas fossem construídas. "É uma desinformação", afirmou. Segundo a presidente, o total destinado aos estádios, por meio de financiamento, foi de R$ 8 bilhões. "Em 2014, o gasto em educação é de R$ 280 bilhões", disse. "Dez dias de um mês equivalem aos 12 estádios." Entre os pontos citados como aqueles que precisam ser esclarecidos, a presidente comentou voltou a afirmar que não haverá racionamento de energia durante a Copa nem no resto do ano. "Não há a menor possibilidade de haver racionamento de energia agora", disse. "É interessante notar que onde está tendo racionamento de água ninguém fala", afirmou, referência indireta ao Estado de São Paulo, que atravessa uma crise hídrica e é governado há 20 anos pelo PSDB. O governo tucano nega haver risco de racionamento de água. Dilma também falou da expansão dos aeroportos e voltou a repetir que as grandes obras de infraestrutura não foram feitas só para a Copa, e sim para o País. "Os aeroportos duplicaram a capacidade de embarque e desembarque em 3 anos e meio", destacou. "Nenhum estrangeiro vai levar na mala aeroporto, estádio, isso é legado para a população brasileira." A presidente afirmou que o governo precisa e vai "combater as mentiras e a má informação". Ao encerrar o discurso, ela disse que fala com orgulho que as obras da Copa são "Padrão Brasil e não Padrão Fifa".

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