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Não tenho temor nenhum do que Delcídio possa falar, diz presidente do PT-SP

Apesar da declaração, Emídio Souza admitiu que a prisão do senador é preocupante para o governo

Por Ricardo Galhardo e Ana Fernandes
Atualização:
O secretário da Tesouraria Nacional do Partido dos Trabalhadores ,Emídio de Souza Foto: Epitácio Pessoa/Estadão

São Paulo - O presidente do PT-SP, Emídio de Souza, afirmou nesta manhã que pessoalmente não teme nada que o senador Delcídio Amaral (PT-MS) possa vir a falar se sentir que foi abandonado pela legenda. "Ele foi filiado, candidato a governador, senador, ocupou cargos antes de estar no PT. Não tenho temor nenhum do que ele possa falar. E, se vier a falar e tiver alguma prova, que se apure", disse.

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Depois de ser o primeiro senador da República a ser preso no exercício do mandato, suspeito de tentar obstruir investigações da Lava Jato, Delcídio não recebeu manifestação de apoio do PT ou do Planalto. Pelo contrário, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, divulgou ontem uma nota dizendo que a legenda não devia solidariedade ao senador.

Apesar da declaração e de ter dito ser pessoalmente favorável à expulsão de Delcídio do partido, Emídio admitiu que a prisão dele é preocupante para o governo. "O prejuízo ao governo é evidente, ele é líder do governo, homem de confiança do governo, é o principal articulador político no Senado dos interesses do governo. Agora, o governo não tem nada a ver com o que ele fez, a atitude dele é outra coisa, ele tem que responder por isso."

Emídio comentou também a posição de senadores do PSDB que demonstraram solidariedade a Delcídio no plenário na noite desta quarta-feira - Aloysio Nunes (SP) chegou a dizer que não gostaria de ver nada provado contra o senador, que já foi filiado ao PSDB. "Também não gostaria de ver provado nada, gostaria que isso tudo fosse mentira, mas o PSDB não tem autoridade nenhuma para falar disso", afirmou e destacou que também foi preso ontem o banqueiro André Esteves, amigo e "patrocinador", como classificou, do presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves.

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